No primeiro semestre de 2014, o setor registrou um faturamento de R$ 19,5 bilhões, com aumento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em volume de vendas, o crescimento foi de 7%. Mesmo com os números positivos, gigantes do setor no país, como a Natura, não tiveram seu melhor período, preocupando o mercado.
A multinacional brasileira registrou receita líquida de R$ 1,802 bilhão no segundo trimestre de 2014. Entre abril e junho deste ano, também apresentou lucro líquido de R$ 175,8 milhões e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 352,3 milhões. Se comparados com o mesmo período do ano passado, os números mostram um crescimento modesto de 5,1%.
Segundo a empresa, o desempenho foi afetado por um trimestre com 10% menos dias úteis que o ano anterior, principalmente por conta da Copa do Mundo. A queda de lucratividade também foi impactada pelo aumento de custos operacionais, além de uma piora na inadimplência.
Mesmo diante do incerto cenário econômico do Brasil, a Natura mantém a confiança em suas estratégias de médio prazo, como a expansão da plataforma digital Rede Natura, em que cada consultora possui a própria página para a comercialização dos produtos. No primeiro semestre, a Natura inaugurou também um complexo industrial sustentável na Amazônia. Instalando em uma área de 172 hectares, o Ecoparque vai concentrar a produção de sabonetes e óleos da empresa, além de gerar cerca de 250 empregos diretos e indiretos até dezembro de 2014. A empresa mantém a estimativa de investir R$ 500 milhões em bens de capital até o final do ano.
“Apesar de um segundo trimestre que ficou abaixo das expectativas, tenho confiança que nossas ações em curso, associadas a um calendário mais equilibrado de dias úteis no Brasil, nos permitirão recuperar o crescimento e a rentabilidade da Natura no segundo semestre”, afirma Roberto Pedote, vice-presidente de Finanças e Relações Institucionais da Natura. “Seguimos convictos na execução de nossa estratégia, ao mesmo tempo em que estamos atentos a um cenário de curto prazo mais desafiador, que aumenta nosso foco em inovação, ganhos de produtividade e evolução do modelo atual”.
A ABIHPEC também se mantém otimista em relação ao fechamento anual. Segundo a associação, a representatividade do setor de cosméticos na economia nacional segue avançando e deve passar de 1,8% do PIB para 2% até 2016. “O crescimento do setor está alinhado com a nossa expectativa para o encerramento do ano. Atualmente, o Brasil ocupa o posto de terceiro maior consumidor mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, atrás apenas dos EUA e da China”, afirma João Carlos Basilio, presidente da ABIHPEC.
Ele destaca também que as empresas do setor devem investir R$ 14,1 bilhões em 2014, um resultado 5,2% superior ao registrado em 2013. Esse valor será direcionado a investimentos em marca (R$ 9 bilhões), ativos (R$ 3,5 bilhões) e P&D (R$ 1,6 bilhão). Uma das principais razões para a alta de investimentos é a crescente competição. "A competitividade no setor vem aumentando de forma significativa. Não basta apenas a empresa oferecer um serviço, mas a sua marca precisa ser conhecida e divulgada", completa Basilio.