Alternativos ao uso de animais foram discutidas no 16 de setembro de 2015 durante um evento organizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O seminário reuniu diversos representantes de setores de medicamentos, cosméticos e saneantes.
“Reuniões como este demonstram a vontade política e regulatória do Brasil em usar métodos alternativos ao uso de animais em ensaios clínicos,” disse a doutora Chantra Eskes, da Services & Consultation for Alternative Methods Limited (SeCAM).
De acordo com Chantra, a primeira legislação sobre o assunto na Europa foi publicada há 30 anos. Ao longo desse período, países europeus puderam internalizar os métodos alternativos nas pesquisas clínicas. “Atualmente, existe uma vontade internacional muito grande de continuar com a aceitação dos métodos alternativos. Na Europa, se o método existir e for reconhecido, ele deve ser usado”, explicou.
O interesse internacional no tema também foi ressaltado pela representante do International Council of Laboratory Animal (Iclas), Ekaterina Rivera. Para ela, a cooperação internacional é uma ferramenta que deve ser utilizada para impulsionar a questão. “Mas é preciso destacar que há diferenças significativas entre os países, principalmente quanto à legislação. Na América Latina, por exemplo, só Brasil, México e Uruguai têm regulamentações com experimentação animal”, afirmou.
A regulação brasileira foi destacada pela Gerente-Geral de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias da Anvisa, Cristina Marinho. Ela ressaltou que, em julho, a Agência anuiu os 17 métodos alternativos validados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). “O objetivo foi deixar claro para a sociedade a comunhão de esforços voltadas para este tema”, destacou.