Com quase 60 anos de história, a norte-americana Amway é a maior companhia de vendas diretas e marketing multinível do mundo, com faturamento global de US$ 8,6 bilhões no último ano. Presente em mais de 100 países, a empresa de produtos para a casa, beleza e bem-estar chegou ao Brasil no início dos anos 1990, mas só recentemente a multinacional passou a voltar sua atenção para o país.

Rossana Sadir, presidente das operações da Amway do Brasil

Apesar de representar aproximadamente apenas 1% da operação mundial, o Brasil foi eleito pela matriz como o país foco em investimentos”, afirma Rossana Sadir, presidente das operações da Amway do Brasil. A filial brasileira é a que tem crescido mais rápido em todo mundo, com uma média de faturamento 40% maior a cada ano. Em 2017, a receita estimada foi de US$ 300 milhões.

Para a diretora da operação brasileira, a explicação para os bons resultados está no potencial de empreendedorismo do país. “De acordo com o mais recente Relatório Global de Empreendedorismo da Amway, 66% dos brasileiros desejam empreender, o que demonstra a relevância do país para o nosso negócio”, diz.

O Brasil é o sexto maior mercado em vendas diretas, ficando atrás dos EUA, China, Coreia do Sul, Alemanha e Japão. Com mais de 4 milhões de empreendedores no segmento, gerou R$ 45 bilhões em volume de negócios no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas. Atualmente, a Amway conta com 200 mil distribuidores – ou “empresários”, como são chamados pela empresa –, no Brasil. Além de vender os produtos da marca, eles podem recrutar outros parceiros e receber uma porcentagem sobre as vendas de sua equipe.

Para seguir crescendo no país e atingir a meta de tornar a filial umas das dez maiores de sua rede em um prazo máximo de dez anos, a Amway está investindo US$ 150 milhões em infraestrutura e no treinamento de seus representantes no Brasil. “Desde 2013, inauguramos lojas em Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Cuiabá (para difundir a marca e ampliar o contato com o consumidor). Reformulamos nossas lojas de Recife, São Paulo e Rio de Janeiro e acabamos de inaugurar mais dois centros de distribuição, em Jundiaí e Cuiabá. Também criamos mais treinamentos para que nossos empresários sejam capacitados e investimos na reformulação dos programas de incentivo, oferecendo mais prêmios, viagens e experiências diferenciadas”, aponta Sadir.

Nacionalizar a produção de seus artigos é outra investida da Amway para ganhar mercado no Brasil. “Certamente a fabricação local de produtos está entre as estratégias para o crescimento. Já começamos a executá-la com a fabricação no Brasil do LOC Multiuso, que é o produto mais vendido na nossa linha de cuidados com a casa. Serão produzidos aproximadamente 600 mil litros por ano”, revela a diretora.

Do seu portfólio, os itens voltados para o lar são os que têm mais saída no Brasil no momento. No último mês de abril, representaram 36% das vendas. Eles foram seguidos pelo segmento de cuidados pessoais, com 33% do volume comercializado. A linha de higiene oral Glister é o destaque na categoria, que também conta com produtos para pele, cabelo, corpo e fragrâncias, além de maquiagem.

A Amway tem ainda outro importante fator de interesse no Brasil. Líder mundial na venda de vitaminas e suplementos para diabéticos, a multinacional tem no município de Ubajara, noroeste do Ceará, a maior fazenda de acerola do mundo. “Além da acerola, que é a principal fonte de vitamina C, a fazenda também possui picão-preto, agrião e eclipta alba. Em mais de 16,5 milhões m², são cultivadas matérias-primas para os produtos da linha Nutrilite que são consumidos no mundo todo”, conclui Sadir.