A Garden Química atua na indústria de insumos de higiene pessoal e cosméticos há mais de duas décadas, mas justamente no momento em que o mercado brasileiro da beleza registra a primeira queda nos últimos 20 anos, a empresa eleva sua expectativa de crescimento. Em 2015, a Garden Química registrou um aumento de 37% em seu faturamento em relação ao ano anterior. Para 2016, a meta é ainda mais audaciosa, com projeção de alta de 49% nas vendas.
“Mesmo em um ano cheio de turbulências para o setor, conquistamos um excelente resultado em 2015”, afirma Berenice Freire, fundadora e presidente da Garden Química. Segundo ela, o bom desempenho da empresa é resultado de uma visão estratégica focada em aproveitar as oportunidades que surgiram em um cenário desfavorável. “Estamos muito mais próximos dos nossos clientes, sempre prontos a oferecer alternativas de redução de custos sem abrir mão da qualidade”.
Freire destaca que a crise financeira não diminuiu a importância do mercado brasileiro da beleza no cenário mundial. “Ocupamos o quarto lugar no ranking global de maiores consumidores de cosméticos, atrás apenas dos EUA, China e Japão. É um mercado cada vez mais exigente, mas também muito promissor”, ela explica. No portfólio de clientes na área de cosméticos, estão empresas como Avon, Croda, Davene, Inoar e Phisalia.
Com escritório comercial e fábrica na região de Guarulhos, Grande São Paulo, a Garden Química opera também nos segmentos de cuidados do lar e químicos industriais. A companhia dispõe de armazenagem verticalizada, logística integrada, frota própria e laboratórios para análises microbiológicas. Mas tudo começou em uma sala de apenas 12m2, quando Freire decidiu usar a experiência adquirida na área de vendas de produtos químicos para investir em um projeto de representação comercial, com perspectiva de se tornar uma fabricante de matérias-primas em longo prazo.
“Sempre fomos focados em identificar rapidamente oportunidades de negócios no mercado. Quando realizávamos visitas aos clientes, percebíamos que existia uma carência de fabricantes que atendessem a toda a cadeia produtiva. À medida em que criamos um bom relacionamento com essas empresas, elas nos perguntaram se gostaríamos de atuar também na produção dos insumos”, afirma a empresária. A partir da crescente demanda dos clientes, Freire investiu no aluguel de um galpão de 700 m2 e na compra de um reator. O primeiro faturamento anual da empresa foi de R$ 35 mil. Em 2016, a perspectiva é alcançar R$ 46 milhões.
Atualmente, Garden Química produz mais de 100 ingredientes e afirma estar entre as cinco principais fabricantes de quaternários de amônio do Brasil. A empresa está presente em todo o território nacional e planeja expandir as operações para a América Latina. “Já exportamos para o Equador e pretendemos entrar nos mercados da Argentina, Chile e Colômbia com insumos para a indústria cosmética”, diz Freire. Segundo ela, a Garden Química investe, em média, 2% do faturamento anual em inovação, fabrica produtos biodegradáveis e não gera resíduos químicos.
Entre as principais tendências do mercado, Freire destaca tratamentos para cabelos cacheados, produtos anti-idade e dermocosméticos. Os lançamentos da Garden Química para 2016 são um ativo oxidante usado na produção de descolorantes para pelos e cabelos, um ingrediente que promete reduzir o volume dos fios a partir da esterificação de ácidos encontrados na beterraba e ceras isoparafínicas refinadas de alta pureza para a produção de batons, cremes e emulsões.
Além de focar nas exportações para o Mercosul, a empresa pretende inaugurar sua segunda planta industrial em 2017. O local onde será instalada a nova fábrica ainda é confidencial.