"Diversos estudos comprovaram o impacto negativo dessas substâncias para os recifes de coral e outras formas de vida marinha. O ecossistema natural é frágil, e nossa interação com a Terra pode ter consequências duradouras. A nova lei é apenas uma etapa para preservarmos a saúde e a resiliência dos recifes de coral do Havaí", declarou o governador David Ige.
A nova lei promulgada pelo estado proíbe que os condados do Havaí restrinjam o uso das duas substâncias em causa antes da entrada em vigor da proibição. Vale ressaltar, porém, que a lei não se aplica aos produtos comercializados ou anunciados como "cosméticos" nos termos da legislação americana (os protetores solares OTC são afetados pela nova legislação, contrariamente aos cosméticos que possam conter as substâncias químicas incriminadas com objetivos que não sejam a proteção da pele). Quando receitados por médicos habilitados, os protetores solares também não estão sujeitos à proibição decidida pelo Havaí.
A Surfrider Foundation estima que, a cada dia, 500 toneladas de cremes solares se misturem às águas do Havaí.
Alexandra Kowcz, Diretora Científica da Personal Care Products Council, considera, no entanto, que a nova legislação "se baseia em ideias equivocadas a respeito desses ingredientes" e "em estudos científicos inadequados".
"Essas reviravoltas são bem-intencionadas, mas feitas sem muito discernimento. Não se sabe se essa medida trará reais benefícios ambientais ao Havaí, mas uma coisa é certa: ela reduzirá o leque de opções disponíveis para o consumidor, limitando o acesso a protetores solares que protegem contra o câncer de pele, e aumentará o risco de exposição a essa doença", conclui a cientista.