Brazil Beauty News - Em 1994, o senhor adquiriu a Granado, quando essa tradicional marca precisava ser modernizada. Vinte anos mais tarde, ela voltou a ser um exemplo do dinamismo que caracteriza o mercado brasileiro de cosméticos, com a criação de várias lojas e o início da expansão internacional.
Christopher Freeman - A Granado é a marca de cosméticos mais antiga do Brasil. O Sr. Carlos Granado, neto do fundador, decidiu vender a empresa numa época em que ela estava atravessando um momento difícil. Nosso trabalho consistiu em reposicioná-la, resgatando o magnífico legado de suas raízes como farmácia de manipulação. A primeira loja própria foi inaugurada há 10 anos. Atualmente, são 62 lojas espalhadas pelo país. Estamos também presentes em Portugal, com uma concept store, bem como na França e, de maneira mais ampla, em toda a Europa, graças à rede de vendas on-line e off-line da Sephora, que passou a comercializar nossos produtos há algumas semanas.
Brazil Beauty News - A França também tem uma história de amor com a Granado?
Sissi Freeman - Sim, a marca foi muito bem recebida no país. Chegamos à França há cinco anos, graças à loja Le Bon Marché. O sucesso dos produtos foi imediato, o que nos incentivou a inaugurar uma loja em Paris, na rue Bonaparte. Atualmente, estamos analisando a possibilidade de abrir uma segunda loja em Paris, mais exatamente no Marais, onde aliás estamos presentes na pop up store "Paris de Janeiro", de 25 de maio a 17 de junho. Para completar, dispomos também de um site de vendas on-line que que entrega em toda a Europa.
Brazil Beauty News - Existem planos de expansão para outros países ou continentes?
Christopher Freeman - É fundamental proceder por etapas. O fato de termos entrado recentemente no circuito da Sephora nos dá acesso a 230 lojas na Europa. Além disso, vamos inaugurar uma loja própria em Lisboa e talvez na Inglaterra ou na Alemanha.
Brazil Beauty News - Atualmente, o Grupo vem apostando na marca Phebo, com a inauguração de três lojas no Brasil até agosto.
Sissi Freeman - Nosso objetivo é dar mais espaço a essa marca, que não tem o merecido destaque nas lojas Granado. A Phebo, marca bem conhecida por seus sabonetes e fragrâncias, vem acompanhando os brasileiros há várias gerações. Originária de Belém, ela é um retrato autêntico do Brasil, e é essa imagem que acolhe o cliente nas lojas: uma decoração moderna, em que predominam ingredientes e materiais nativos, como madeira e plantas, tudo com muita cor. A experiência é bem diferente da cultura da Granado, que é mais próxima do universo farmacêutico. Nas lojas Phebo, os ingredientes ganharam destaque, e os clientes terão a possibilidade de personalizar os frascos dos perfumes, graças a uma máquina de gravação. A primeira Perfumaria Phebo, situada no bairro carioca do Leblon, será inaugurada em junho; a segunda abrirá as portas em julho, em Curitiba, e a terceira, em agosto, em São Paulo.
Brazil Beauty News - O que mudou desde que o Grupo Puig entrou para o capital da empresa, em 2016?
Christopher Freeman - O apoio da Puig representa para nós uma contribuição preciosa, na medida em que trouxe para a empresa novas tecnologias, em particular para o setor de perfumes. Além disso, graças à participação da Puig, podemos reforçar nossos investimentos. A Puig é uma empresa familiar – um espírito que corresponde perfeitamente ao nosso funcionamento. Foi uma excelente decisão.
Brazil Beauty News - Todos os produtos Granado / Phebo são fabricados no Brasil?
Christopher Freeman - Produzimos quase tudo na nova fábrica da marca, situada a uma hora do Rio. Recentemente, investimos 150 milhões de reais nessa unidade, de onde saem fórmulas, embalagens, produtos finalizados, etc. Só os produtos de maquiagem e algumas embalagens são terceirizados.
Brazil Beauty News - Como vem reagindo o mercado diante da atual situação econômica e política do Brasil?
Christopher Freeman - O mercado de cosméticos conseguiu se manter durante a crise e voltou a crescer a partir de 2017. Em relação à Granado, sempre tivemos um desempenho superior ao do mercado. No primeiro trimestre de 2018, as vendas aumentaram 15% em relação ao ano passado. Mas, por enquanto, a situação global ainda não está muito bem definida - e é provável que continue assim até 2019.