Esta será a principal questão a ser discutida no Sustainable Cosmetics Summit Latin America na cidade de São Paulo, nos dias 10 a 12 de setembro.
A América Latina é um dos maiores produtores de ingredientes naturais e produtos ecológicos. A região tem quase 20% da terra orgânica global e é o maior produtor de matérias-primas sustentáveis, tais como grãos de café, cacau, açúcar e soja. Para a indústria de cosméticos, os biomas do Brasil são uma fonte importante de ingredientes naturais. Especialidades da floresta tropical, como açaí, pracaxi, andiroba, copaíba e urucum, conquistaram seu espaço nos cosméticos e produtos para cuidados pessoais em todo o mundo.
“Apesar de o Brasil e a América Latina terem se tornado grandes exportadores, eles continuam sendo consumidores menores de produtos verdes. Menos 2% das vendas globais de cosméticos orgânicos e naturais são efetuadas na região. Marcas latino-americanas estão usando ingredientes naturais indígenas, porém a maior parte das formulações cosméticas ainda é convencional, com a presença de conservantes, emulsionantes, surfactantes e emolientes sintéticos. Além disso, poucas empresas de cosméticos locais adotaram estratégias de sustentabilidade coerentes para enfrentar seus impactos ecológicos,” disse Organic Monitor, organizador do evento.
Através do foco em formulações verdes (ingredientes) e métricas de sustentabilidade, o Sustainable Cosmetics Summit vai abordar algumas das deficiências existentes na sustentabilidade na indústria de cosméticos latino-americana. Por exemplo, Dalberto Adulis, do Instituto Akatu, discutirá abordagens para incentivar o consumo sustentável de produtos cosméticos e cuidados pessoais. Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil, irá compartilhar experiências dos varejistas em medição de sustentabilidade. L’Oreal indicará como as métricas foram usadas para definir metas na sua estratégia de sustentabilidade do “Sharing Beauty for All”.
Como há muitas marcas latino-americanas enfrentando problemas na hora formular produtos verdes, o Summit dedica uma sessão e o workshop para ingredientes verdes. Judi Beerling, Chefe de Pesquisas Técnicas na Organic Monitor, ministrará um workshop interativo em que os participantes receberão noções de como substituir emulsionantes, tensoativos e emolientes sintéticos em formulações de produto. Também serão discutidas as alternativas verdes para SLS/SLES e materiais petroquímicos relacionados. Maria Inês Harris, do Instituto Harris, irá destacar os problemas de segurança associados com ingredientes naturais. Outras apresentações abordarão a inovação usando ativos naturais, estratégias de preservação com ingredientes verdes, vegetais sustentáveis e desenvolvimento de cosméticos orgânicos e naturais.