Máscaras faciais podem impedir com eficiência a transmissão de coronavírus em salão de beleza, relatam cientistas dos CDC nos EUA. (Photo: © Kamil Macniak / shutterstock.com)

As conclusões a que chegaram os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), organismos americanos que realizaram o estudo, indicam que, mesmo em ambientes fechados como salões de beleza, as máscaras são eficazes para reduzir a transmissão do vírus SARS CoV-2, responsável pela epidemia de Covid-19.

No dia 12 de maio, uma cabeleireira ("cabeleireira A"), funcionária de um salão situado em Springfield, no estado de Missouri, começou a apresentar sintomas respiratórios. Mesmo doente, a profissional continuou a trabalhar até 20 de maio, data em que recebeu o resultado positivo do teste de Covid-19.

Um outro profissional ("cabeleireiro B"), que o estudo não especifica se era homem ou mulher, manteve contato com a colega contaminada e apresentou sintomas no dia 15 de maio, mas também continuou a trabalhar até 20 de maio. Ele ou ela fez o teste de diagnóstico da Covid-19 e o resultado chegou dois dias mais tarde: positivo.

A primeira providência foi fechar o salão durante três dias para que fosse feita uma higienização completa. Paralelamente, as autoridades sanitárias procederam à identificação de 139 clientes que possivelmente tinham sido expostos ao vírus. Os demais membros do quadro funcional tiveram que respeitar uma quarentena de duas semanas.

Durante todo o tempo em que estiveram em contato com os clientes, ambos os funcionários infectados usaram máscara. A cabeleireira A usou um modelo de algodão com três camadas, enquanto a segunda pessoa usou um modelo semelhante ou uma máscara tipo cirúrgica.

Nos intervalos entre um cliente e outro, os dois colegas não usavam máscara ao interagirem entre si.

Ausência de contaminação aparente dos clientes

As autoridades propuseram aos 139 clientes que fizessem o teste para diagnóstico da Covid-19, e a saúde de todos eles passou a ser monitorada. Das 67 pessoas que aceitaram fazer o teste, nenhuma teve diagnóstico positivo. Quanto aos outros, receberam acompanhamento regular sobre seu estado de saúde e, aparentemente, não desenvolveram sintomas nas duas semanas subsequentes.

No grupo de clientes, havia um número mais ou menos equivalente de homens e mulheres com idade entre 21 e 93 anos (média: 52 anos). A grande maioria dessas pessoas também usou máscara (principalmente de tecido ou cirúrgica) enquanto eram atendidas pelos cabeleireiros infectados. A permanência desses clientes no salão variou entre 15 e 45 minutos.

O estudo reforçou a convicção dos cientistas dos CDC de que a máscara é uma forma eficaz de conter a propagação da Covid-19. Embora as gotículas expelidas com a tosse ou o espirro de pessoas sintomáticas sejam um fator relevante de transmissão do vírus, os epidemiologistas parecem cada vez mais convencidos de que minúsculas partículas de saliva lançadas no ar durante uma simples conversa também podem veicular a doença.

Segundo eles, "devem ser implementadas políticas que exijam o uso de máscaras em locais públicos, a fim de reduzir o impacto e a propagação de uma eventual segunda onda de Covid-19".