Juliana Martins, analista dos mercados de beleza e cuidados pessoais da Mintel

Mais brasileiros estão aderindo à coloração dos cabelos em casa. Segundo os últimos dados da consultoria internacional Mintel, 23% dos entrevistados usaram kits de coloração e 18% usaram kits de descoloração nos últimos 12 meses. O estudo mostrou aumento de 7,2% nesse mercado em relação a 2013, chegando a R$ 3,48 bilhões em 2014. O crescimento previsto para 2015 segue na faixa dos 7%, com faturamento estimado de R$ 3,73 bilhões.

O levantamento foi feito com 1.500 consumidores das cinco regiões do Brasil. As mulheres com 45 anos ou mais lideraram o uso de tinturas permanentes, enquanto as mais jovens preferiram tinturas semipermanentes e temporárias. Alguns brasileiros, no entanto, demonstraram receio em usar as colorações – 13% dos entrevistados têm medo dos efeitos que os produtos possam causar à saúde e 24% acham que eles danificam os fios.

De acordo com Juliana Martins, analista dos mercados de beleza e cuidados pessoais da Mintel, diminuir a quantidade de ingredientes químicos na fórmula pode ser uma maneira de conquistar novos consumidores. “Quinze por cento dos usuários disseram buscar produtos que não contenham amônia em sua fórmula. Porém, grande parte das tinturas são desenvolvidas com ingredientes químicos”, afirma.

O estudo da Mintel mostrou que, entre janeiro e abril de 2015, 80% dos produtos de coloração para os cabelos disponíveis no mercado continham perfume, 50% glicerina e 40% sulfato de sódio. Formulações com componentes naturais ou orgânicos tendem a conquistar consumidores, já que esses são os benefícios buscados por 14% dos usuários de coloração. “Porém, os lançamentos no Brasil com posicionamentos ‘orgânico’ ou ‘100% natural’ ainda são escassos em comparação com outros países. Comunicar nas embalagens que os produtos foram dermatologicamente testados também pode transmitir maior confiança aos compradores”, sugere Martins.

Benefícios adicionais fazem diferença na hora de escolher o produto, principalmente se ele tiver ação multifuncional, como tratar os fios e combater a queda. A pesquisa revelou que 36% dos usuários buscam tinturas com efeito de longa duração. Além disso, 35% disseram querer produtos de fácil aplicação e 30% procuram opções que deem brilho aos fios. Colorações que tratam os cabelos são importantes para 24% dos consumidores.

Gisele Valle, gerente da categoria de coloração da L’Oréal Paris no Brasil

Formulações que cuidam e reparam enquanto colorem são a aposta das tinturas Imédia Excellence, da L’Oréal Paris, no mercado brasileiro, considerado um dos mais importantes do mundo para a empresa. Segundo Gisele Valle, gerente da categoria de coloração da L’Oréal Paris no Brasil, a marca ouviu as consumidoras e levará, agora em novembro, um pedido delas para as prateleiras. “Traremos mais 50% de tratamento pós-coloração, que oferece a possibilidade de hidratar e reparar profundamente os fios, selando a coloração por mais tempo.

Valle afirma que esse posicionamento é essencial para o sucesso do produto. “As brasileiras fazem muitos procedimentos químicos no cabelo e a combinação com a coloração pode deixar os fios ressecados ou quebradiços. Elas adoram mudar a cor dos cabelos, usando-os muitas vezes como um acessório, e sempre buscam novas tendências”, observa.

Os tons preferidos são os castanhos e loiros, para realçar ou mudar as bases naturais que, no geral, são mais escuras. Eles representam mais de 60% do mercado de Imédia Excellence no país. Uma pesquisa da marca mostrou que as consumidoras têm começado a colorir os cabelos cada vez mais cedo. Na maioria dos países, a média de idade de uso da categoria é 45 anos, enquanto no Brasil, 58% das usuárias têm entre 18 e 35 anos.