Lançada em 2022, a Biodiversité Couleurs surgiu a partir da Biodiversité Labs, distribuidora de insumos cosméticos naturais, orgânicos e veganos. “Decidimos entrar nesse mercado para preencher uma lacuna de produtos verdadeiramente naturais”, afirma Joyce Quenca, cofundadora e diretora de pesquisa e desenvolvimento da marca de dermomaquiagem 100% plant-based.
Ela conta que, apesar da experiência com matéria-prima, a empresa levou mais de uma década para desenvolver fórmulas compatíveis com as necessidades da pele, com itens que entregam pigmentação e tratamento de skincare. “Com nossas inovações, já é possível dormir maquiada e até usar nossas linhas pós-procedimentos estéticos, como peeling”.
Livre de químicos, sintéticos e ingredientes de origem animal, a linha de maquiagens conta com itens como base, pó compacto, iluminador, blush, lápis de olhos, paleta de sombras e gloss labial. Para criá-la, o principal desafio, segundo a executiva, foi a tecnologia.
Ingredientes naturais da biodiversidade do Brasil e da França
“Foram anos de estudo para desenvolver processos de produção e equipamentos para extrair o pigmento de forma segura e com estabilidade, unindo sustentabilidade e inovação. Hoje, por exemplo, conseguimos trabalhar com insumos provenientes de cascas de frutas, vegetais, flores e outros ingredientes naturais da biodiversidade do Brasil e da França”, ela diz.
Cofundador e diretor comercial da Biodiversité Couleurs, Renan Quenca conta que a categoria de maquiagens naturais, orgânicas e veganas teve grandes avanços no Brasil, mas que ainda espera uma melhor percepção do consumidor em relação aos ingredientes das fórmulas. “Não adianta ser vegano e usar componentes sintéticos, que podem afetar o leite materno, por exemplo. Ou ainda, ser natural e usar mais de mil insetos no pigmento de um batom”, ele aponta, lembrando que batons comuns costumam utilizar carmine, um corante vermelho de origem animal. “Para se obter meio quilo dessa matéria-prima, é necessário sacrificar cerca de 70 mil insetos”.
Pigmento vermelho extraído da casca do rabanete
Por isso, o mais recente lançamento da marca é o B. Rouge, um batom vermelho com fórmula 100% plant-based, à base de extrato da casca do rabanete. “Iniciamos o processo de pesquisa e desenvolvimento de produto com esse ativo há 12 anos. Nosso objetivo foi encontrar uma forma de criar maquiagem que não tivesse insetos como principal matéria-prima para o pigmento vermelho ou rosado. Primeiro, criamos o blush à base de rabanete e, depois, o batom matte, a partir de um processo que estabiliza o ingrediente para transformar sua textura, acabamento e aplicação”, afirma a diretora de P&D.
Ela conta que o portfólio da Biodiversité Couleurs deve ganhar novos itens. “Queremos ampliar os tons de base para atingir mais consumidores e estamos desenvolvendo tecnologia para crescer nesse segmento. Está em nosso planejamento lançar produtos de skincare e outras linhas para regiões dos olhos”.
Alcançar novos mercados também está nos planos da companhia, cujos produtos seguem Regulamento da União Europeia. “Somos uma marca nacional com estratégia global. Nossos laboratórios exportam insumos para o mundo todo. Não podemos deixar de olhar para o mercado internacional, pois sempre vai fazer parte da nossa estratégia de negócio. Fora do Brasil, o segmento Plant-Based está mais difundido, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Acreditamos que a influência global ajudará a fortalecer a nossa comunidade”, finaliza o diretor comercial.