Fundada em 1977 na cidade de Diadema, região metropolitana de São Paulo, a Davene se tornou conhecida em todo o Brasil por produtos de higiene pessoal e beleza de suas marcas icônicas, como Leite de Aveia, Corpo a Corpo e Higiporo. Com cerca de 98% do seu faturamento proveniente do varejo tradicional – supermercados, drogarias e perfumarias –, a fabricante de cosméticos começa agora a investir no sistema de vendas porta a porta, visando a expansão dos negócios.
"O objetivo da Davene é atender o consumidor da melhor forma, oferecendo a melhor experiência. Para isso, temos que estar em todos os canais de vendas”, afirma o head de marketing Telmo Campos. “Hoje o consumidor não se limita a comprar os seus produtos em um único local. Isso depende de vários fatores, como tempo disponível, urgência para a compra e variedade nos estabelecimentos. Pensando nisso, a Davene decidiu abrir para vendas diretas e iniciar a nossa base de consumidores desse canal”.
Para ele, o comércio porta a porta é uma das principais modalidades de venda para o segmento de perfumaria, higiene e cosméticos, o que é comprovado por dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). De acordo com a entidade, dos mais de 4 milhões de revendedores no país, 52% se dedicam ao segmento de cuidados pessoais. Os números são de 2020. Com a pandemia e o aumento do desemprego, supõem-se que tenham crescido.
“Esse canal traz a praticidade de comprar em casa e a importância de ter uma revendedora que conhece e pode falar sobre os produtos”, aponta Campos. Mesmo diante da nova onda de casos de Covid-19 no país e a necessidade do distanciamento social, ele confia no poder do porta a porta. “Como todos os canais de venda, esse também tem se reinventado e trazido novas formas de atendimento híbrido”. As revendedoras poderão oferecer os produtos da marca por meio de catálogo e aplicativo e o lucro prometido é de no mínimo 40%.
A venda direta possibilita que uma marca atinja novos consumidores, uma vez que pode chegar a localidades onde seus produtos não estão disponíveis no comércio tradicional. Mas, nesta primeira fase do porta a porta da Davene, estão sendo cadastradas apenas revendedoras de São Paulo e região do ABCD. “Tudo no canal de venda direta é novo para a Davene. Como nossa indústria está em Diadema, decidimos iniciar em uma região próxima, para que possamos ter maior controle de todo o processo”, diz o responsável pelo marketing da empresa. Até o final deste ano, a expectativa é de que a nova modalidade de venda na empresa responda por 8% a 10% de sua receita.
Há pouco mais de dois anos, a Davene lançou seu e-commerce. “O comércio eletrônico vem crescendo muito na empresa. Dada a importância do canal, temos uma equipe totalmente dedicada a ele”, diz Campos. Atualmente, as vendas online respondem por 2% do faturamento da Davene e a expectativa é de que alcance 6% no final de 2022.
Apostando em uma estratégia multicanal, a Davene também abriu em 2019 um quiosque de vendas em um shopping center de São Paulo, apresentando um projeto de expansão de pontos próprios. Com o início da pandemia e os planos interrompidos, o único quiosque em operação acabou fechando. “A experiência foi muito boa e com certeza será retomada. Decidimos fazer isso assim que essa situação melhorar”, promete o head de marketing.