A Simple Organic não defende uma causa, ela defende várias. Sustentável, orgânica, natural, vegana, cruelty-free e genderless, a marca brasileira de cosméticos foi fundada há quase três anos, quando a jornalista Patricia Lima se tornou mãe. Pensando no mundo em sua filha vai encontrar no futuro, ela começou a mudar seu estilo de vida e decidiu deixar um legado.
“Desde seu nascimento, a marca tem como objetivo mostrar que é possível fabricar ótimos produtos de beleza que não prejudicam o meio ambiente ou a saúde dos consumidores”, diz a fundadora. “A Simple Organic veio para abrir esse olhar, criando uma alternativa de beleza limpa”.
Para Lima, esse é um mercado promissor, com demandas cada vez maiores. É o que aponta o Perfil do Consumidor Consciente, que acaba de ser divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, 57% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais caro por produtos ambientalmente corretos. “O consumidor busca performance e design, mas também está preocupado com a saúde de sua pele e do planeta”, afirma.
Os valores sustentáveis da marca não se restringem às formulações de seus itens skincare, maquiagem e linha infantil, todos livres de substâncias químicas nocivas ao organismo como parabenos, petrolatos e conservantes artificiais. As embalagens também são uma parte importante dentro da estratégia ecológica da Simple Organic.
Para minimizar a produção de lixo, a empresa não utiliza caixas individuais secundárias para seus produtos, optando por saquinhos de tecido, que podem ser reutilizados de diversas maneiras, inclusive como nécessaire. “Acreditamos que cada ação, por menor que seja, contribuirá para um futuro melhor”, declara Lima.
Certificada pelo Instituto Lixo Zero (reconhecido internacionalmente pelo Zero Waste International Alliance) por sua gestão correta de resíduos, a Simple Organic também investe em lógistica reversa. Em seus pontos de venda, os clientes que devolvem as embalagens vazias de seus produtos ganham desconto para aquisição de novos itens. “A gente batalha todos os dias para que a sustentabilidade seja um desejo de consumo, para que a pessoa não tenha que abrir mão de algo que ela gostaria de comprar, se preocupando com resíduo ou impacto gerado”, diz a fundadora.
Para ganhar mercado e ampliar o acesso à marca, Patricia Lima optou pelo modelo de franquia, abrindo lojas em todas as regiões do país. “A ideia foi ter espaços próprios para experimentação de produtos e com os propósitos da marca”, explica. Cada unidade tem uma identidade diferente, mas todas seguem o conceito da Simple Organic, com projetos de baixo impacto ambiental e que priorizam iluminação LED, revestimentos de piso e parede reciclados, tintas à base de água, torneiras com economizadores de água, entre outros recursos.
A rede tem atualmente com 18 unidades em operação. As duas últimas foram inauguradas na cidade de São Paulo. Uma delas, batizada de SimpleLab, funciona como uma biblioteca de matérias-primas, que são dispostas em formato de bancada de laboratório aberto aos consumidores finais. A loja mais recente conta com espaço para sessões de meditação e área pet friendly. “São Paulo sempre foi um grande foco da Simple Organic, mas a expansão acabou acontecendo organicamente em outras praças primeiro”, fala Lima.
A fundadora da Simple Organic não revela os próximos planos para o crescimento de sua indie brand, mas é otimista em relação ao futuro. “A gente passa por uma era de transformação de conscientização muito rápida. Este é um processo sem volta”, finaliza.