Segundo parecer preliminar adotado pelo CCSC (Comitê Científico de Segurança do Consumidor) em sessão plenária realizada nos dias 30 e 31 de outubro de 2019 [1], a presença de alumínio em antitranspirantes, cremes dentais e batons é inofensiva para a saúde, desde que sejam respeitadas as concentrações autorizadas pelas normas europeias. Os comentários sobre o texto podem ser enviados até 17 de fevereiro de 2020.

De acordo com o CSSC, o alumínio praticamente não é absorvido através da pele (mesmo imediatamente após depilação com lâmina) nem permanece armazenado no corpo. (Foto: © Africa Studio / shutterstock.com)

Em doses elevadas, o alumínio é uma substância reconhecidamente tóxica. A inocuidade ou não de sua presença em produtos cosméticos, em particular antitranspirantes, foi tema de muitas polêmicas e artigos alarmistas. Alguns estudos sugeriam que os cosméticos poderiam ser uma fonte de exposição ao alumínio ainda mais nociva que a alimentação.

Em 2014, o CCSC, comitê composto por 17 profissionais especializados em química e toxicologia, havia estimado que os dados científicos disponíveis eram insuficientes para avaliar a quantidade de alumínio absorvida pelo corpo quando um indivíduo usava um produto cosmético [2]. Mas, nesse meio tempo, novos estudos foram realizados.

O corpo não absorve o alumínio, mesmo após depilação com lâmina

Com base nos dados disponibilizados por estudos recentes, o CCSC passou a considerar que a aplicação diária de produtos cosméticos não constitui uma fonte significativa de exposição do corpo humano ao alumínio, haja vista que essa substância praticamente não é absorvida através da pele (mesmo imediatamente após depilação com lâmina) nem permanece armazenada no corpo.

Ao comentar o parecer do CCSC, a Federação francesa de Empresas de Beleza (FEBEA) concluiu que, levando em conta todas as vias de exposição (oral, cutânea, respiratória) envolvidas no uso de produtos cosméticos (inclusive antitranspirantes em spray ou não), a margem de segurança permanece superior a 2 mil. "Isso significa que a quantidade de alumínio à qual o consumidor se expõe [com o uso de cosméticos] é pelo menos duas mil vezes menor que a dose identificada como o limite para garantir que não haja nenhum efeito tóxico".