O “Grande Lockdown”, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) o nomeou, desencadeará a mais grave retração da economia desde a Grande Depressão em 1929.
Em muitos países, uma crise financeira e um colapso nos preços das commodities interagem com a crise sanitária. Partindo do pressuposto de que a pandemia e as medidas de contenção necessárias cheguem ao pico no segundo trimestre na maioria dos países do mundo, e que arrefeçam no segundo semestre deste ano, o FMI projeta que a economia mundial caia para -3% em 2020, muito pior do que a crise financeira mundial de 2009.
No entanto, pressupondo que a pandemia se dissipe no segundo semestre de 2020 e que as medidas de política econômica tomadas em todo o mundo sejam eficazes para evitar a quebra generalizada de empresas, demissões em massa e tensões financeiras em todo o sistema, a organização internacional projeta que o crescimento mundial em 2021 se recupere para 5,8%.
Trata-se de uma crise verdadeiramente universal, pois nenhum país será poupado. As economias em desenvolvimento e de mercado emergentes cujas taxas de crescimento em geral são bem superiores às das economias avançadas também devem registrar taxas de crescimento negativas de -1,0% em 2020, ou -2,2% se excluirmos a China. A renda per capita deve cair em mais de 170 países. Tanto as economias avançadas como as economias em desenvolvimento e de mercados emergentes devem recuperar-se parcialmente em 2021.
Como o pior nunca é impossível, o FMI diz que no caso de a pandemia não recua no segundo semestre a queda do PIB mundial seria ainda maior: outros 3% em 2020 se a pandemia se prolongasse neste ano; se ela continuasse em 2021, o PIB mundial poderia sofrer nova queda de 8% em comparação com o cenário de referência para o próximo ano.