O Brasil é o 4º maior produtor de aerossol do mundo, com 1,2 bilhões de unidades produzidas em 2022. O número aponta um mercado ainda em desenvolvimento. “O consumo per capita, de seis unidades, é metade do que vemos de países maduros neste segmento, como EUA, Argentina, Reino Unido”, afirma Alyne Freitas, presidente-executiva da ABAS, a Associação Brasileira de Aerossóis.

Mas, com uma taxa de crescimento anual em torno de 5%, o Brasil deve subir em breve uma posição no ranking de maiores produtores. “O Reino Unido, que é o 3º colocado produziu 1,42 bilhões em 2023. Assim, é esperado que em até cinco anos o Brasil se torne o 3º maior produtor global de aerossol”, diz Freitas.

A categoria de higiene pessoal representa mais de 65% de toda a venda de aerossóis no Brasil. A presidente-executiva da ABAS cita alguns motivos para o sucesso do formato nesse mercado. “O aerossol proporciona uma mágica experiência do consumidor de diversas maneiras, desde a formação de espumas e mousses até o jato seco de um antitranspirante. É um sistema muito eficiente e prático e sua utilização é mais higiênica, pois dispensa o contato com produto, que pode ser aplicado diretamente na área desejada. Sua embalagem e pressurização também protege o conteúdo do ambiente, o que garante sua validade por mais tempo”.

Desodorantes e antitranspirantes são mais de 80% das vendas de aerossol em higiene pessoal

Dentro do segmento de higiene pessoal, os desodorantes e antitranspirantes representam mais de 80% das vendas. “É uma tarefa difícil superar as marcas atingidas pelos desodorantes e antitranspirantes, que caíram no gosto do brasileiro. Mas as empresas têm investido em pesquisa e desenvolvimento para inovar e ampliar a disponibilidade de diferentes marcas, fragrâncias e tipos de produtos em aerossol, como xampu a seco, fixadores de maquiagem, hair spray e secantes de unha”.

Ela indica também um esforço em estruturar cadeias de suprimento para apoiar o crescimento. “A soma dessas iniciativas deve promover aumento de maneira geral nas categorias de higiene pessoal no aerossol”.

Freitas diz que há uma forte tendência relacionada a produtos naturais e design da embalagem focado em sustentabilidade, que é uma questão sempre levantada sobre o formato. “É preciso lembrar que o aerossol não utiliza substâncias que prejudicam a camada de ozônio, como os CFCs, que eram utilizados antes de o Brasil ser signatário do Protocolo de Montreal desde 1980, e que também é vantajoso pelas características preciosas das embalagens metálicas, infinitamente recicláveis e muito valorizadas no sistema de reciclagem”.

Investimentos para aumentar as taxas de reciclagem do formato

A presidente-executiva da entidade diz que o grande desafio está em aumentar as taxas de reciclagem do aerossol nos próximos anos, com investimento em educação do consumidor e melhorias em todo o fluxo de reciclagem do material.

“Atualmente, parte do aerossol já é descartado corretamente, separado e reciclado, o que reduz em até 90% as emissões de carbono, quando comparado à produção da embalagem com matéria-prima virgem. Não se sabe ao certo o percentual de reciclagem do aerossol, em especial, porque é processado juntamente com os outros materiais metálicos. Há um estudo em andamento sobre o tema para estimar a taxa atual e promover o aumento da quantidade de aerossóis reciclados para os próximos anos de maneira consistente”, ela finaliza.