As brasileiras são apaixonadas por esmaltes. Não à toa, o mercado nacional é o segundo maior da categoria em todo o mundo, atrás apenas dos EUA, de acordo com a Euromunitor Internacional. Mas, dentro dos vidrinhos coloridos que fazem tanto sucesso no país há muito mais do que pigmentos. Muitas fórmulas contêm substâncias como dibutilftalato (DBP), formaldeído, tolueno e fosfato de trifenil (TPhP), que podem causar problemas à saúde.
A lista de riscos vai de incidência de câncer à disfunção hormonal, mas a maior parte de ocorrências está ligada a irritações da pele e mucosas. Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros no final de 2020 apontou que os esmaltes são responsáveis por cerca de 30% de todos os casos de dermatite alérgica de contato.
Por isso, eliminar esses ingredientes dos esmaltes vem ganhando cada vez mais atenção da indústria brasileira de cosméticos. “Identificamos que os consumidores estão cada vez mais atentos à composição dos cosméticos e associam percepção de valor e qualidade a fórmulas mais limpas”, afirma Carolina Bertelli, diretora de marketing e inovação do Grupo Dailus.
Manter mesmos benefícios de esmaltes convencionais é desafio
Há mais de 15 anos no mercado, a Dailus, que é cruelty free, vegana e líder da categoria de esmaltes premium no mercado nacional, lançou recentemente a coleção Agora Que Sou Free, sua primeira coleção hipoalergênica, livre de 15 substâncias que podem causar sensibilidade. “Essa linha sempre esteve no nosso radar, mas assumimos o compromisso de lançá-la apenas quando tivéssemos a melhor formulação, ou seja, quando ela fosse o mais livre possível de substâncias com potencial alergênico”, diz Bertelli.
Eliminar 15 componentes comuns nas fórmulas e manter os mesmos benefícios dos esmaltes convencionais, como brilho e durabilidade foi um grande desafio, segundo a executiva. “Nosso compromisso é oferecer o mesmo padrão de qualidade já conhecido pelo público. Para que isso acontecesse, foram anos de estudos em conjunto com nossos parceiros em cada etapa da fabricação do produto. Investimos para entregar ao mercado um produto hipoalergênico e 15-free que atenda ainda a mais pessoas, mantendo o desempenho dos nossos esmaltes tradicionais”.
Ingredientes naturais e embalagens sustentáveis
A Risqué, que lidera o mercado de esmaltes no Brasil, foi um pouco além ao apresentar a coleção Bio. Mais do que cruelty free e vegana, a linha tem esmaltes livres de 16 componentes com potencial alergênico e traz ingredientes e pigmentos naturais, como o óleo de melaleuca e o carvão vegetal ativado, respectivamente. As embalagens foram ainda pensadas de uma forma mais ecológica, tendo a tampa confeccionada com plástico reciclado a partir de resíduos industriais e as cerdas do aplicador com origem vegetal.
“Risqué é a primeira marca de esmaltes que traz uma proposta de produto mais sustentável. Sabemos do desejo dos consumidores terem cada vez mais produtos conscientes e alinhados com propósitos que impactam positivamente o meio ambiente. Por isso, o lançamento de Risqué Bio vem para inaugurar um novo momento para a empresa, combinando nossos valores com as necessidades do mercado”, afirma Regiane Bueno, vice-presidente de marketing do Grupo Coty, que detém a marca.
Para lançar a coleção Magias da Amazônia, livre de ingredientes ou testes em animais e inspirada na diversidade brasileira, a Ana Hickmann Esmaltes também utilizou pela primeira vez tampas produzidas em material 100% reciclado. De acordo com a marca, a expectativa é que a ação seja adotada em todos os produtos da linha.