A gigante suíça do setor de luxo – proprietária das marcas de joias e relógios Cartier, Van Cleef & Arpels, Baume &Mercier, Jaeger-LeCoultre, Piaget e Vacheron Constantin, bem como de marcas de moda e acessórios, entre as quais Alaïa, Chloé, Delvaux, Montblanc e dunhill – anunciou a criação de uma divisão especializada em perfumes e produtos de beleza.
A decisão chega a público na esteira de uma investida semelhante de outra empresa francesa do setor de luxo: a Kering. Em fevereiro, a companhia anunciou a contratação de Raffaella Cornaggia (que atuou para a Estée Lauder) como Diretora-Geral da Kering Beauté; alguns meses depois, em junho, oficializou a aquisição da marca de perfumes Creed.
Em 2022, a marca italiana Dolce & Gabbana mostrou o exemplo, ao anunciar a internacionalização das operações do grupo por meio de sua divisão Dolce & Gabbana Beauty e a criação de uma parceria com a Intercos para a produção de perfumes e produtos cosméticos.
Em 1° de setembro de 2023, a Richemont designou Boet Brinkgreve, profissional com sólida experiência junto à Firmenich, como CEO da nova divisão de perfumes e beleza, que recebeu o nome de Laboratoire de Haute Parfumerie et Beauté. Boet Brinkgreve trabalhará sob a supervisão direta de Johann Rupert, Presidente da Richemont SA.
Com o anúncio, as ações da Interparfums sofreram oscilações na bolsa de valores de Paris, pois os investidores temiam que a criação de uma divisão de perfumes e beleza pela Richemont representasse o fim das licenças concedidas por esta empresa suíça à sua parceira francesa Interparfums. A título de ilustração, as licenças Montblanc e Van Cleef & Arpels responderam por 29% das vendas da Interparfums em 2022. No entanto, em fevereiro desse mesmo ano, a empresa anunciou a renovação da licença Montblanc até 2030.