A população está envelhecendo. Com o avanço dos recursos da medicina e a tendência a um estilo de vida mais saudável, as pessoas vivem mais e melhor. Brasileiros com idade igual ou superior aos 65 anos são mais de 10% dos habitantes, segundo o IBGE – devendo superar o número de jovens em 2060. Em países da Europa, a parcela é ainda maior: os idosos já representam 25% da população total, de acordo com a ONU.
Se envelhecer é um processo natural da vida, não deveria ser uma preocupação – de grande parte das pessoas, especialmente, as mulheres – querer disfarçar a idade e esconder os efeitos do passar do tempo. É isso o que defende o movimento pro-aging. “Definimos o pró-envelhecimento como uma tendência que consiste em afastar o ideal de beleza definido pela eterna juventude”, explica Maud Merlini, gerente de marketing inspiracional da Seppic, multinacional de especialidades químicas.
O movimento direcionado a consumidores maduros que gostam de se cuidar, sem precisar parecer mais jovens, teve início em 2007 com um estudo realizado pela Dove em nove países, ouvindo cerca de 1500 mulheres, todas com mais de 50 anos. Para mostrar uma beleza real e que não depende da idade, a marca lançou uma campanha com modelos mais velhas, em que substituía o termo anti-idade por pró-idade.
“Palavras como antigripal ou anticoncepcional foram criadas pela medicina para dar a ideia de combate. Mas idade não é uma doença ou ameaça à saúde que precisa ser combatida”, afirma Marianna Cyrillo, gerente de marketing da Beraca, líder no fornecimento de ingredientes naturais e orgânicos da Amazônia. “O consumidor está amadurecendo seus conceitos e entendendo que envelhecer faz parte da vida e que é normal ter rugas e linhas finas. O que ele precisa é ter uma pele bonita, sem mascarar quem realmente é”, acrescenta.
De acordo com dermatologista Fabiane Seidl, a pele de pessoas maduras – assim como os cabelos – tende a ficar mais ressacada com a perda natural de hormônicos. “São necessários cuidados específicos, que visam a restauração e hidratação”, aponta a médica.
Cyrillo diz que os produtos pro-aging são desenvolvidos para hidratar e devolver elasticidade à pele, sendo ricos em colágeno, vitaminas C e E, além de ativos nutritivos e antioxidades. Seguindo essa tendência, a Beraca lançou um extrato de açaí para soluções faciais. “O ingrediente é capaz de melhorar o viço e o brilho da pele, proteger e reparar contra agressões externas e atenuar a formação de rugas”, cita a gerente da empresa, que pertence ao Grupo Sabará e Clariant.
A Seppic também apresentou recentemente ao mercado o Aspar’age™, um extrato de alga vermelha dedicado ao movimento pró-idade. “Este ativo demonstra eficácia curativa e preventive”, afirma Anna Mommeja, especialista em ingredientes ativos da Sepppic. “Os consumidores esperam que produtos cada vez mais personalizados atendam às suas necessidades e definição própria de beleza. Por isso, acredito que a tendência pró-envelhecimento coexistirá com a oferta tradicional de antienvelhecimento na indústria de cosméticos”, acrescenta.
“O setor está se adequando às exigências e novos hábitos da população. Os produtos anti-aging, que transmitem a ideia de ‘fonte de juventude’, não vão desaparecer de uma hora para outra, mas, com certeza, o pro-aging veio para ficar”, finaliza Cyrillo.