Brazil Beauty News - Em 2014, a Fiabila anunciou a compra de uma fábrica situada em um subúrbio de São Paulo. Qual o atual panorama dessa aventura no Brasil?
Alexandre Miasnik - O termo foi bem escolhido, é realmente uma aventura! Realizamos obras de grande porte nessas instalações que ocupam mais de 7.500 m², a fim de adaptá-las às normas locais e a nossas exigências internacionais, que são fruto de uma longa experiência de mercado. As obras essenciais ao início das operações serão concluídas em meados de dezembro. Atualmente, estamos providenciando as licenças necessárias.
Brazil Beauty News - Como foi estruturada a fábrica?
Alexandre Miasnik - No início de 2016, a fábrica começará a operar com a coloração de bases tixotrópicas usando soluções corantes importadas, principalmente da França. Entrará em funcionamento também o setor de acondicionamento, com duas linhas semelhantes às que temos na França. Progressivamente, o número de linhas será ampliado para sete. No segundo semestre de 2016, a unidade estará pronta para a fabricação local de bases tixotrópicas e produtos cosméticos. Esse prazo mais longo deve-se à alta tecnicidade do parque de produção, que se espelha na fábrica de Maintenon, e pelo fato de que nem todas as matérias-primas locais correspondem ao nível de qualidade e preço exigido pela Fiabila. No médio prazo, o objetivo é localizar a totalidade da produção.
Em relação aos aspectos de segurança e meio ambiente, reproduzimos fielmente no Brasil os equipamentos usados em outros países, seja no controle laboratorial e na produção em circuito fechado (a fim de minimizar os riscos de contaminação), seja nos dispositivos de segurança, que contam com avançados sistemas para o caso de vazamento de material ou incêndio. Além disso, os equipamentos de produção permitem reduzir ao máximo a manipulação de materiais e a emissão de resíduos na atmosfera. O processamento de compostos orgânicos voláteis (COV) será feito após o início das operações e a efetivação de medidas concretas.
Brazil Beauty News - Qual o papel do Brasil na estratégia de desenvolvimento internacional da Fiabila?
Alexandre Miasnik - Recentes estatísticas confirmam que o mercado brasileiro de esmaltes para unhas ocupa uma posição de destaque. Por isso, a Fiabila não podia deixar de estar presente no país, com um parque industrial adaptado tanto às dimensões desse mercado quanto à crescente demanda por produtos de qualidade. Estamos implementando localmente os procedimentos aplicados na França e verificando que as normas estejam sendo rigorosamente respeitadas, em particular normas europeias e americanas. Atualmente, a Fiabila é a única marca que cumpre essas exigências. Temos a firme intenção de conquistar o mercado brasileiro, da mesma forma que nos posicionamos em outros mercados importantes.
Brazil Beauty News - O apego das brasileiras por unhas bem feitas não é segredo: o Brasil é o maior consumidor mundial de esmaltes em termos de volume, e o segundo maior em termos de valor, atrás apenas dos Estados Unidos, oferecendo preços extremamente baixos. Em outras categorias de produtos, temos notado a busca de um posicionamento mais alto no mercado. Esse fenômeno também tem se manifestado no mercado de esmaltes?
Alexandre Miasnik - A maior parte das vendas é realizada por um pequeno grupo de marcas locais, que comercializam produtos de má qualidade por preços muito baixos. Porém, temos observado, já há mais de um ano, que os preços de alguns produtos têm subido. Na realidade, muitas brasileiras têm problemas de alergia e um número crescente dessas consumidoras tem buscado produtos com o selo "4 free" ou "5 free", ou seja, que não contenham determinados ingredientes identificados como tóxicos. Paralelamente, a atual oferta deixa a desejar em termos de cores, efeitos e cuidados para as unhas. Portanto, a conquista de um melhor posicionamento no mercado será o resultado de produtos mais seguros, de uma oferta mais ampla e, principalmente, de um nível de qualidade jamais visto. A Fiabila tem um papel determinante nesse cenário.
Brazil Beauty News - O mercado de cosméticos no Brasil registrou um recuo, mas alguns segmentos, como o de maquiagem, mantiveram a dinâmica. Como o senhor vê a evolução do mercado?
Alexandre Miasnik - Para as brasileiras, a beleza é impregnada de uma simbologia particular, inclusive para as camadas mais modestas da população – e o preço extremamente baixo de determinados produtos contribui claramente para o vigor desse mercado. As perspectivas são muito promissoras, e a Fiabila está pronta para enfrentar esse desafio.