A crise será ainda mais grave nos países onde os métodos de tratamento ainda são poluentes: aterros sanitários (contaminação do solo, emissões de poluentes e gases com efeito estufa, como o metano), incineração sem recuperação...
Estima-se que o seu custo direto e indireto quase duplique, até 640 bilhões de dólares (3,1 trilhões de reais) anuais até 2050, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) [1], apresentado como um "guia e um apelo à ação".
Em 2020, o custo direto do tratamento de resíduos foi estimado em 252 bilhões de dólares (1,3 trilhão de reais na cotação da época), ou 361 bilhões de dólares (1,8 trilhão de reais) se forem incluídos os custos indiretos relacionados com a poluição gerada por instalações ou métodos de gestão inadequados.
Por isso, é "urgente" iniciar uma "redução drástica dos resíduos" e investir na economia circular, pediu a ONU durante a 6ª sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que acontece esta semana em Nairóbi.
Manter os resíduos "sob controle", especialmente por meio de melhores métodos de tratamento, poderia limitar o seu custo líquido anual a 270 bilhões de dólares (1,3 trilhão de reais na cotação atual) até 2050.
Mas é possível ir mais longe, avançando para uma verdadeira economia circular, melhores práticas industriais e uma gestão abrangente de resíduos, o que poderia gerar inclusive um lucro líquido de mais de 100 bilhões de dólares por ano (495 bilhões de reais na cotação atual), defende o relatório intitulado "Transformar resíduos em recursos" (Turning rubbish into a resource).
"Muitas economias em rápido crescimento lutam com o peso crescente dos resíduos", afirma a diretora do PNUA, Inger Andersen, destacando "o papel fundamental" dos atores públicos e privados que podem encontrar "oportunidades para criar sociedades mais sustentáveis".