Veronika Zhupanova, analista da Canadean, explica que "mesmo nos países onde a imagem da criança não é supervalorizada, mais da metade dos pais se dizem preocupados com a aparência dos filhos - o que mostra bem a importância que essa tendência vem ganhando".
Segundo um estudo [1] realizado recentemente pela Canadean, instituto de pesquisas especializado em comportamentos relacionados com o consumo, em todas as regiões do mundo os pais demonstram cuidado em relação à aparência de seus bebês.
A América Central e a América do Sul foram as regiões em que os pais se mostraram mais atentos à aparência dos filhos: nove de cada dez pais admitem que o visual de seus bebês é importante. Por outro lado, os pais norte-americanos foram os que se mostraram menos afetados por essa tendência: sete de cada dez pais disseram se preocupar com o visual das crianças. Quando o enfoque são países e não continentes, é interessante notar que o troféu fica com a Rússia: 98% dos pais declaram se importar com a aparência dos filhos. No extremo oposto, a Nova Zelândia é o país que menos presta atenção nesse aspecto (53% dos pais).
No entanto, as marcas precisam agir com precaução, para que o posicionamento de seus produtos não seja mal interpretado, mesmo quando os produtos correspondem perfeitamente às necessidades dos consumidores.
"A melhor estratégia que os fabricantes podem adotar é uma abordagem global da imagem da criança, enfatizando principalmente a saúde, o bem-estar e a felicidade dos bebês. Dessa forma, os pais não se sentem pressionados demais em relação à imagem dos filhos e não há um estímulo precoce para que as crianças deem atenção excessiva à aparência", ressalta Veronika Zhupanova.
Para evitar que o público tenha a impressão de que as marcas estimulam a ditadura da beleza nas jovens gerações, é melhor focar na emoção suscitada pelos produtos - por exemplo na maneira como podem criar maior interação entre pais e filhos -, em vez de argumentar que os produtos deixam a criança mais bonitinha.
"Um bom exemplo é o esmalte de unha para uso infantil. Ao lançar esse tipo de produto, vale mais enfatizar a maneira como ele facilita a interação entre mães e filhas e como promove uma abordagem mais sadia da percepção que as crianças têm de sua própria imagem", continua Veronika Zhupanova.