Primeiro foram os nail bars e esmalterias, que trouxeram para o país um conceito novo e atraente na hora de cuidar das unhas das brasileiras. Depois foi vez das barbearias, que voltaram à moda para atender o público masculino. Agora, são casas especializadas no cuidado com as sobrancelhas que ganham espaço no Brasil.
“Percebemos que era um nicho pouquíssimo explorado. Muitas vezes, por terem uma carta enorme de serviços, os salões de beleza tradicionais deixam as sobrancelhas para profissionais pouco capacitadas. Quem nos procura quer ter o melhor serviço para suas sobrancelhas”, afirma Pedro Lucas, diretor do Estúdio da Sobrancelha.
Dispondo de serviços como micropigmentação, design de sobrancelhas e tintura permanente de cílios, a empresa iniciou o ano com 16 lojas e fecha o primeiro quadrimestre com 35. “A meta é terminar 2015 com pelo menos 50 unidades. Hoje fazemos mais de 30 mil atendimentos por mês e pretendemos encerrar o ano com um faturamento de R$40 milhões”, diz Lucas.
A empresa tenta se aproximar da líder Spa das Sobrancelhas. Criada em 2007, a marca tem hoje mais de 300 lojas franqueadas em 26 estados, atendendo uma média mensal de 200 mil clientes, que também podem levar para casa produtos de suas duas linhas próprias – a My Make e a My Day –, com cosméticos para o cuidado com a pele e os pelos.
A rede investe agora em um novo modelo de negócios, o quiosque. A meta é inaugurar 150 nos próximos dois anos, que devem somar R$ 70 milhões ao faturamento anual, projetado em R$ 180 milhões no total. Outra aposta do Spa das Sobrancelhas é a marca Real Spa, voltada para os cuidados com sobrancelhas e unhas. Criada em parceria com a empresa americana de serviço rápido de manicure Regal Nails, teve a primeira unidade aberta no final de 2014 no Rio Grande do Norte e chega aos Estados Unidos em 2015.
Para Pedro Lucas, os serviços especializados de beleza são uma tendência no Brasil. “Estamos caminhando para a segmentação de negócios, lugares em que você tem certeza que vai ter o melhor serviço e atendimento para aquilo que procura”. Para ele, o sistema “de tudo um pouco” está ficando ultrapassado.
Não é o que pensa Arlete Pereira, proprietária do La Bonita, salão inaugurado há cinco anos nos Jardins, em São Paulo, que acaba de ser ampliado. Sua equipe reúne 25 profissionais de diferentes áreas, atuando com corte, tintura e tratamento capilar, manicure, pedicure, depilação, entre outros serviços.
“As clientes não querem perder horas no salão. Geralmente, elas gostam de arrumar os cabelos e as unhas ao mesmo tempo. Salões tradicionais tem tudo o que as clientes precisam na área da beleza, que preferem fazer tudo no mesmo ambiente e não se deslocar de um lugar para o outro”, diz a cabeleireira.
O Cosmopolish Nail Bar, primeira casa do ramo aberta em São Paulo, em 2011, também sentiu essa necessidade de sua clientela. Antes dedicada exclusivamente às unhas, a empresa passou a oferecer novos serviços. “Foi uma demanda que veio de nossas consumidoras, que solicitaram a ampliação dos serviços oferecidos. As unhas continuam como principal foco do nosso negócio. Depilação e sobrancelhas são serviços acessórios, que aumentaram nosso ticket médio de consumo e deixaram nossas clientes satisfeitas. O resultado foi muito positivo”, comenta Cristiane Diniz, diretora de negócios da rede, que ganhou uma nova unidade na Vila Olímpia.
Arlete Pereira acredita que a segmentação é um conceito diferente, mas não teme a concorrência. “Tem pessoas gostam de novidades e de tudo o que é diferenciado, mas tem pessoas que preferem os tradicionais. Tudo depende da qualidade do serviço. Se não tiver equipe qualificada a ‘moda não pega’”, afirma a proprietária do La Bonita.