De acordo com os dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no Brasil está em 12,6%, com 13,5 milhões de desocupados. O número ainda é muito alto, mas tem mostrado tendência de queda: no primeiro trimestre do ano, a taxa foi de 14,9% e no segundo, 14,2%.
O setor de cosméticos é um dos responsáveis por essa desaceleração. Foi ele o que mais contratou novos funcionários no último semestre do ano passado, segundo levantamento da Catho, plataforma que conecta empregadores e candidatos a emprego. Vagas de trabalho em empresas de cosméticos cresceram 253%, comparando com o mesmo período do ano anterior.
Na Phisalia, especialista em cuidados pessoais e detentora das marcas Physalis, Trá Lá Lá e Lukinha, houve aumento de 85,71% no número de vagas em 2021 em relação ao ano anterior. “Estes dados se referem somente a novos postos de trabalho, criados pela demanda de projetos e investimento em algumas áreas”, afirma a coordenadora de recursos humanos Silvia Figuerôa.
Ela conta que a área que mais contratou na companhia foi a industrial. “Elaboramos um quadro de colaboradores bem adequado, com vagas efetivas, visando o desenvolvimento de novos produtos e a elevação no grau de exigência em termos de qualidade”.
Crescimento semelhante foi registrado pela Unhas Cariocas, principal rede de esmalterias do país, que criou 87% mais vagas em 2021 do que em 2020. “Desde que retomamos o funcionamento regular das unidades, em maio do ano passado, sem novos períodos de fechamento do comércio por conta da Covid-19, nossos atendimentos só aumentaram”, diz o CEO Maurício Cesar.
O executivo explica que, para atender à grande demanda de clientes voltando à rotina normal de cuidados, a rede contratou especialmente profissionais para a área de serviços, como manicures, depiladoras e esteticistas.
Já na startup de beleza B4A, que conecta marcas, influenciadores e consumidores de cosméticos, o reforço principal foi no time de tecnologia. “Nossa equipe de TI cresceu 350% em 2021. Nós contratamos profissionais da área, com foco primordial em desenvolvedores, espalhados por todo o Brasil, que trabalham conosco em regime presencial ou remoto”, afirma o CEO e fundador Jan Riehle.
No quadro geral da empresa – que tem entre os negócios o clube de assinatura e e-commerce Glambox e a marca Glam Beauty – a alta de vagas no ano passado foi de 96%, em comparação com 2020. “Com a pandemia, houve um deslocamento brusco do público do mundo offline para a internet. Isso causou um impacto positivo para quem que já tinha uma sólida atuação no ambiente digital, como era o nosso caso. O objetivo com a ampliação da equipe foi sofisticar nossa plataforma e oferecer experiências de consumo mais atrativas, personalizadas e convenientes”, diz o empresário.
Outra companhia que contratou em 2021 foi a Inoar Cosméticos, mas as vagas abertas foram para reposicionar profissionais demitidos no início da pandemia. “Em 2020, devido à Covid-19, tivemos que desligar cerca de 160 colaboradores. Em 2021, efetuamos a recolocação de 60% desse efetivo, com atenção para as áreas comercial e de logística”, informa a sócia-fundadora Inocência Manoel.
Para 2022, ela promete mais vagas. “Nossa produção está crescendo principalmente por causa do investimento feito nas linhas Banho a Banho e Shower to Shower, que adquirimos no ano passado. Esperamos um aumento de 20% em relação a 2021”.
Com a inauguração de sua fábrica própria no início deste ano, a Unhas Cariocas anuncia a abertura de 40 novas vagas até o final do primeiro semestre. A B4A também tem uma projeção otimista para o mercado de trabalho. “Este ano será um dos mais importantes para a B4A e para acompanhar nossos planos, devemos ter um crescimento de 115% no time”, comemora Riehle.