Entre as consequências do cenário de recessão estão o aumento da taxa de desemprego, que em julho chegou a 7,5%, e a diminuição da renda do trabalhador. Ambas refletem diretamente na intenção de consumo das famílias, que pela sétima vez consecutiva caiu, atingindo a mínima histórica de 81,8 pontos em agosto, um recuo de 32,3% em relação ao mesmo mês de 2014. Para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), qualquer índice abaixo de 100 pontos revela insatisfação dos consumidores.
Nem o setor de beleza higiene pessoal resistiu desta vez e registrou sua primeira queda em um período de 23 anos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), entre os meses de janeiro e abril de 2015, o segmento teve queda de 2,5%.
Responsável por 1,8% do PIB do país e apresentando crescimento médio anual de 10%, a indústria brasileira da beleza havia saído ilesa de outros momentos de crises graças ao chamado “efeito batom”. O fenômeno é observado em períodos de retração econômica, quando a população tende a trocar a compra de bens duráveis por artigos mais em conta, em especial, os de cuidados pessoais. Os consumidores investem em produtos de beleza a fim de melhorar a aparência e autoestima, o que pode interferir no competitivo mercado de trabalho.
Estudos realizados para a ABIHPEC estimam uma queda média de 7% no volume de vendas neste ano, podendo chegar a 17% em alguns itens.