Elevado ao status de acessório de moda, o esmalte caiu de vez no gosto das brasileiras. “Antigamente, a mulher tinha em seu nécessaire duas ou três cores de esmalte. Hoje, pode se dar ao luxo de ter várias”, afirma Ana Carolina Marostica, diretora da Koloss Cosméticos.
Os vidrinhos coloridos viraram item de colecionadoras, febre de blogueiras e a indústria não para de inovar. Desde 2011, os esmaltes lideram o ranking brasileiro de Desenvolvimento de Novos Produtos na divisão de maquiagem, respondendo por quase 60% dos lançamentos, de acordo com a consultoria Mintel.
Contudo, o número de unidades vendidas caiu. Dados da Nielsen revelam que 210,5 milhões de unidades foram comercializadas em 2013, 4,6% a menos que no ano anterior. Como a indústria de esmalte pode vender menos e ainda assim faturar mais? Colocando no mercado produtos com maior valor agregado.
Fabricados na França, os esmaltes do Boticário integram a linha premium de maquiagem Make B. e chegam às lojas em duas edições limitadas por ano. Outra gigante dos cosméticos que aposta em esmaltes especiais é a Avon, que já comercializava os esmaltes Color Trend (R$ 3) e agora dispõe da linha Nailwear Pro+ (R$ 17), formulados nos EUA.
A Risqué, líder da categoria de esmaltes no Brasil, também se voltou para o mercado de luxo, lançando a coleção Risqué Metals, com produtos formulados com pó de prata pura.“É uma edição especial absolutamente surpreendente e inovadora”, afirma Daniella Brilha, diretora de marketing Risqué.
Disputam ainda neste mercado as pequenas indústrias nacionais, como a Koloss, fundada em 1998, que só entrou para o segmento de esmaltes no ano passado, estreando com a linha hipoalergênica 3 Free, de mais de 50 cores. “Para sobreviver num ramo tão competitivo é preciso correr atrás de novidades e mudar sempre as cores, aliando os lançamentos à tendência de mercado”, diz Ana Carolina Marostica, diretora da empresa.
Alongamento de unhas e a esmaltação em gel também vêm ganhando mais espaço no Brasil. “Os esmaltes em gel são uma alternativa para mulheres que precisam manter as unhas impecáveis por mais tempo, mas as brasileiras preferem trocar sempre de cor”, opina Marostica.
E não é só a indústria que fatura com o boom dos esmaltes no Brasil. O setor de serviços também não para de crescer, abrindo caminho para franquias de quiosques e lojas específicas de esmaltes, manicure delivery e esmalterias.
Pioneiro, o Cosmopolish foi inaugurado em São Paulo no final de 2011, trazendo o conceito europeu de nail bar ao Brasil. “Observamos uma alta demanda por esse tipo de negócio, até então inexistente no Brasil”, afirma Agnes Cruz, diretora de marketing da rede, que conta com três unidades e prevê a inauguração de outras 30 até o final de 2014.
Em um ambiente descontraído, com mais de 700 esmaltes, as clientes –“em busca de uma experiência diferente do tradicional, mais contemporânea e atraente”, explica Cruz – podem fazer desde manicure simples até nail art e durante o happy hour (17h às 22h), drinques são servidos por conta da casa.
Inaugurada um ano depois, em dezembro de 2012, a Esmalteria Nacional chegou com força total no mercado brasileiro. A franquia já conta com mais de 100 lojas e estima terminar o ano com 400 em funcionamento.