Hidratação e perda de água transepidérmica
O stratum corneum, camada externa da epiderme, age como uma barreira que protege os tecidos subjacentes contra infecções, desidratação, produtos químicos e estresse mecânico. Paradoxalmente, o rosto, em geral a parte do corpo mais exposta a agressões ambientais, tem uma pele particularmente sensível, apresentando uma camada córnea mais fina que a de outras regiões do corpo. Estudos realizados pela DSM Personal Care revelaram diferenças significativas nos valores de hidratação e de perda insensível de água em diferentes partes do rosto. Mais do que isso, a pesquisa mostrou que esses valores variam também em função do grupo étnico do indivíduo.
Em parceria com a Universidade de Limpopo (África do Sul), com a Newtone Technologies (França) e com a AVR Consulting (Reino Unido), a DSM Personal Care efetuou um mapeamento detalhado da hidratação e da perda insensível de água no rosto de sujeitos chineses, caucasianos, indianos e originários da África Negra.
A equipe desenvolveu um algoritmo especial para detectar automaticamente os grãos da pele e interpolar uma medida para cada sujeito, por meio de superposição das imagens e dos diversos dados bioinstrumentais. Como resultado, os cientistas dispõem, pela primeira vez, de mapas completos – e em cores – da hidratação da pele do rosto e de sua perda insensível de água. Uma das conclusões é que a hidratação da pele e a perda invisível de água variam não apenas de uma região do rosto a outra, mas também em função da etnia do indivíduo.
"Os cremes hidratantes devem levar em conta as características específicas das diversas áreas do rosto, bem como as particularidades da pele de cada tipo étnico. Nossos resultados vão apoiar e promover uma melhor compreensão das diferentes necessidades de cada tipo de pele", explica Rainer Voegeli, Senior Scientist Skin Biology da DSM e um dos responsáveis pelas descobertas.
Pigmentação e função de barreira cutânea
Os pesquisadores da DSM estudaram também o papel desempenhado pela pigmentação da pele na integridade da função de barreira cutânea, bem como na capacidade de reparação da camada córnea do rosto. Para compreender melhor a questão, a DSM Personal Care realizou um estudo sobre as propriedades da camada córnea como barreira em indivíduos caucasianos, albinos africanos e negros africanos, em cooperação com o Laboratório de Fotobiologia de Medusa Campus (Universidade de Limpopo), na África do Sul, e com a AVR Consulting, no Reino Unido.
O estudo demonstrou que a pigmentação não parece ter influência na integridade da barreira cutânea formada pela camada córnea do rosto, nem em sua capacidade de reparação. Ao contrário, a integridade da função de barreira e a capacidade de reparação do stratum corneum de indivíduos albinos africanos mostraram-se superiores às registradas pelos sujeitos africanos negros e pelos indivíduos caucasianos. Além disso, o estudo revelou que, na região da bochecha, a espessura da camada córnea no grupo de albinos africanos é aproximadamente 67% maior (p ≤ 0,001) que a do grupo de caucasianos e 35% maior que a dos indivíduos negros africanos.
"Essas diferenças radicais entre a pele dos diversos tipos étnicos evidenciam, mais uma vez, a necessidade de desenvolver soluções específicas para atender aos anseios de milhões de consumidores em todas as regiões do mundo", ressalta Rainer Voegeli.
De acordo com a DSM, o fato de indivíduos africanos albinos terem uma camada córnea espessa, com capacidade de reparação relativamente rápida, indica que a pele provavelmente precisou reagir a elevadas doses de UV externas e reforçar as funções essenciais da barreira cutânea para se proteger contra radiações UV. As explicações bioquímicas desses resultados estão atualmente em fase de estudo.