O jambu é uma planta de origem amazônica popular no norte do Brasil. Utilizado em receitas muito tradicionais da região, como o tacacá e o pato no tucupi, é um alimento rico em ferro e vitamina C e, ao ser mastigado, provoca uma sensação de dormência e formigamento na boca. Isso é causado pela presença de uma substância chamada espilantol, que vem despertando o interesse de fabricantes de cosméticos.
“O espilantol é um componente bioativo muito versátil, com potencial para aplicações na indústria cosmética. Quando absorvido pela pele, esse ativo exerce um efeito ‘botox natural’, pois inibe as contrações dos músculos subcutâneos, principalmente os da face, podendo ser usado como um produto antirrugas. Ele também exerce ações analgésica, neuroprotetora, antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e muito mais. O jambu é um pequeno milagre da natureza”, afirma Eza Borchardt, diretora da Amazônica Brasil.
A marca lançou recentemente o óleo facial Magia da Selva FPS 40, que é formulado com extrato de jambu, assim como o Creme para Área dos Olhos e o novo Sérum Preenchedor da Biossance. “Os dois produtos usam o efeito suavizador de linhas e rugas superficiais fornecido instantaneamente pelo ativo”, diz Ana Lia Vandoni, gerente global de educação da Biossance.
No portfólio da feito brasil, o jambu aparece em três diferentes produtos – creme firmador, água perfumada e sal de banho – da coleção Alegria de Ver-o-Peso. “Devido às suas diversas ações, o jambu se torna um ingrediente cosmético extremamente versátil, promovendo, além da atenuação de rugas e linhas finas, o fortalecimento e homogeneização do relevo pele”, aponta a fundadora da marca Lena Peron.
A Natura deu início a pesquisas científicas com o jambu na Amazônia há mais de 20 anos, tendo desenvolvido um método sustentável, patenteado globalmente, para a sua extração. “O extrato de jambu é obtido a partir das partes aéreas floridas da planta por tecnologia verde sendo, em seguida, purificado para obtenção de um bioativo muito mais concentrado em propriedades quando comparado com a planta utilizada de forma íntegra, o que garante uma maior eficácia ao produto”, explica Claudia Leo, diretora de P&D da Natura.
Por diminuir as microtensões da pele, que atuam diretamente na formação e profundidade das rugas prioritariamente na região da testa e ao redor dos olhos, o extrato de jambu é aplicado em três produtos da linha Natura Chronos: Elixir Redutor de Rugas, Hidratante antissinais 30+ diurno FPS 30 e Hidratante antissinais 30+ noturno.
Apesar do potencial já comprovado para o desenvolvimento de cosméticos, Leo justifica porque ainda temos poucos produtos elaborados com jambu no Brasil. “A alta complexidade tecnológica envolvida no método de extração e concentração do ativo responsável pelos benefícios em pele dificulta que seu uso seja ampliado para empresas que não possuam altos investimentos de processos industriais voltados para ingredientes vegetais”.
A diretora da Amazônica Brasil também fala sobre o motivo da ainda pouca exploração do ativo do país. “O custo associado com a compra da matéria-prima, que pode chegar a custar mais de R$ 6 mil/kg, faz com que várias marcas e fabricantes optem por não utilizar o extrato de jambu em suas formulações, pois o preço final do produto seria mais alto do que o consumidor brasileiro está acostumado e disposto a pagar por um cosmético nacional”, diz Borchardt.