Em tempos de isolamento social, a maquiagem deve andar meio esquecida, até mesmo para as usuárias mais fiéis. Delineador, batom vermelho ou sombra cintilante não têm feito parte do cotidiano da maioria das pessoas atualmente. Mas o home office pode exigir teleconferências, as lives crescem a cada dia e mesmo nas chamadas de vídeo com amigos e familiares aparecer de “cara lavada” nem sempre é uma opção. A quarentena forçada em diversos países pelo mundo, incluindo o Brasil, tem feito muitas mulheres aderirem a uma tendência que já vinha ganhando espaço no segmento de maquiagens, a “no make-up make-up”.
“Naturalidade é a palavra-chave para entender esse movimento”, afirma Juliana Barros, diretora de marketing da Avon. “Ele é caracterizado por uma maquiagem leve. Não quer dizer que a pessoa utiliza poucos produtos e sim, que ela os utiliza para que realcem a beleza natural da sua pele”, acrescenta.
Barros conta que assim como quase todas as tendências, a “no make-up make-up” surgiu durante as semanas de moda que acontecem ao redor do mundo. “Ela vem junto com outro pensamento importante dentro da moda que é o consumo consciente. É um movimento que vem ganhando muitos adeptos e como a Avon está sempre por dentro das tendências, graças ao seu laboratório de tecnologia e desenvolvimento em Suffern, Nova York, já tivemos o lançamento de diferentes produtos que vão ao seu encontro”, diz a executiva.
A empresa, líder global no mercado de beleza, introduziu no mercado brasileiro – o quinto no ranking de consumo de maquiagens em todo o mundo – bases líquidas com efeito matte, lip balms em cores suaves, iluminadores para o rosto e corpo, máscara incolor para cílios e sobrancelhas, entre outros produtos voltados para mulheres e profissionais que querem se maquiar, mas não querem necessariamente aparentarem estar maquiadas.
“É uma make que só complementa a beleza natural, ela é simples e passa a ideia de que não são apenas as maquiagens fortes que causam efeito”, explica Valéria Motta, instrutora de maquiagem do Instituto Embelleze, a maior rede de franquias para a formação profissional em beleza da América Latina. “Além de criar uma aparência saudável para o dia a dia e cuidar da pele, esse movimento surgiu com o intuito de destacar, ou seja, de não padronizar a beleza”, explica.
Para a gerente de marketing da Avon, “a maquiagem já conquistou um espaço onde a regra é não ter regra”, por isso, ela acha difícil assegurar quais as consumidoras que serão mais adeptas ao “no make-up make-up”. “As tendências vêm hoje muito mais para mudar a rotina de make das mulheres, inclusive para as heavy users, que amam uma novidade para testar. O que podemos dizer é que aquelas que preferem um visual mais natural e que gostam de valorizar sua beleza de forma sutil, irão amar esse movimento”, diz.
Motta ressalta que diversos maquiadores brasileiros, como Brigitte Calegari e Jimmy Paladino, gostam desse estilo e já aderiram à tendência, o que faz a faz popularizar cada vez mais no Brasil. “Esse movimento já está bem difundido no país, principalmente em estados onde faz mais frio, não sendo necessário utilizar tanta cobertura na pele para obter durabilidade. Mas a tendência pode ser seguida em qualquer lugar, basta escolher os produtos mais indicados para cada tipo de pele”, finaliza a instrutora de maquiagem.