A história da marca O Boticário teve início em 1977, com uma pequena farmácia de manipulação em Curitiba. Em mais de 45 anos de história, a empresa se tornou a maior rede de franquias de beleza e também virou um grupo, ganhando a companhia de outras marcas do segmento, sejam próprias, como Eudora e Quem disse, Berenice?, licenciadas, caso da Australian Gold e Bio-Oil, ou ainda adquiridas, como Vult e as mais recentes no portfólio Truss e Dr. Jones.
Com o objetivo de se transformar no “melhor e maior ecossistema de beleza para o mundo”, o Grupo Boticário vem investindo fortemente nos últimos anos no mercado B2B, que engloba as vendas feitas em canais não-proprietários, como lojas de departamento, e-commerce, perfumarias, farmácias, supermercados e salões de beleza. “Queremos estar aonde o consumidor está e fazemos esse esforço para que ele consiga acessar as nossas marcas do jeito que for mais prático e confortável em sua rotina”, afirma Alessandra Sekeff, vice-presidente de B2B.
Crescimento de 107% nas vendas B2B em 2023
Em 2022, as vendas do canal B2B subiram mais de 60% e a expectativa para esse ano é de que atinjam o patamar de 107%. Para Daniel Becker, diretor de soluções digitais do Grupo Boticário, o expressivo crescimento de triplo dígito vem de um somatório de frentes. “Primeiro, tem o que chamamos de novas portas. É a farmácia que não vendia Vult, por exemplo, começar a trabalhar com a marca. Depois, tem a produtividade, que é quando a farmácia que já tem Vult na prateleira passa também a comercializar Siàge, a linha capilar da Eudora. Isso sem falar nos lançamentos de cada uma das marcas, pois sabemos que esse é um mercado muito baseado em novidades”.
A mais recente novidade do grupo é o lançamento da primeira linha de baby care de Pampers® no mundo, criada em parceria com a P&G. Becker diz que, mesmo sendo uma nova categoria no negócio B2B, não é dentro do grupo, que já fabrica a Boti Baby para O Boticário. “Acreditamos muito nesse acordo, que eu considero um ‘ganha-ganha’. Para a P&G é uma oportunidade maior de canal e espaço na gôndola e, para nós, é entrar em um novo segmento, tendo o nome de uma marca forte e reconhecida pelos consumidores”.
Sekeff também se mostra animada com a linha de cuidados para bebês, que chega com 13 itens focados em corpo e banho. “O mercado infantil do Brasil é o maior do mundo. Nós tínhamos uma expectativa grande para o lançamento e ela já foi superada. Tudo o que produzimos se esgotou no segundo dia de vendas, o que é bastante impressionante”, comenta a VP.
Soluções digitais impulsionam vendas para varejistas
Para fortalecer sua presença no B2B, o Grupo Boticário adquiriu nos últimos anos duas empresas que oferecem soluções digitais e de tecnologia para o varejo, a GAVB e a Casa Magalhães. Junto com a fintech Mooz, criada em 2011, elas se propõem a profissionalizar a gestão de pequenos e médios empreendimentos de beleza. “Nós não estamos aqui para vender softwares ou consultorias, mas oferecermos uma alavanca para que o varejista consiga de desenvolver e assim comprar mais produtos de perfumaria, maquiagem e cuidados pessoais, que é o nosso negócio”, explica o diretor de soluções digitais.
Apesar dos esforços investidos, o canal B2B ainda representa uma parcela muito pequena no faturamento do Grupo Boticário. “O B2C é muito maior. O Boticário é muitas vezes maior do que todas as outras marcas juntas”, afirma Becker. “Mas o B2B é um canal muito relevante quando olhamos para frente. Em termos de capilaridade são 83 mil pontos de venda com mais possibilidades de expansão e crescimento percentual”.
A VP de B2B acrescenta. “Ainda é o menor negócio do grupo, mas também é mais recente. Por isso nossa expectativa é muito grande. Estamos dobrando de tamanho todo ano e em 2023 vamos crescer ainda mais”, finaliza Sekeff.