A Natura foi inaugurada em 1969, ganhando uma pequena loja na cidade de São Paulo. Mas foi com o modelo de venda diretas – instituído cinco anos depois de sua fundação – e a força de trabalho de suas consultoras de beleza, que a marca se consolidou, virando uma potência no Brasil.
Nos últimos anos, a loja física voltou a ganhar atenção na estratégia da companhia. “A volta das lojas próprias aconteceu em 2016, quando a marca percebeu que a presença física se tornava cada vez mais relevante para atrair novos públicos, especialmente aqueles que buscavam uma experiência de compra diferenciada”, diz Paulo Serrano, diretor de varejo da Natura.
Ele conta que a abertura de lojas próprias em locais estratégicos não apenas ampliou a visibilidade da marca, como também criou novos pontos de contato com o consumidor, integrando diferentes canais de forma mais eficiente. “Além disso, esse modelo de lojas físicas também está alinhado com nossa visão de omnicanalidade, que busca proporcionar uma experiência fluida e personalizada ao cliente.”
Em 2024, a Natura inaugurou mais de 150 unidades. “O crescimento tem sido bastante robusto. A abertura dessas lojas fez parte de uma estratégia de aceleração da presença física da marca, com o objetivo de cobrir mais pontos de venda e criar uma rede de distribuição ainda mais forte”, afirma Serrano.
Natura encerrou o último ano com 1008 lojas em operação
Com os novos pontos, a Natura ultrapassou a marca de mil lojas em operação – são 145 unidades próprias e 863 franqueadas. “A expansão foi rápida, mas dentro do que esperávamos. É um reflexo da força da marca, que conseguiu se adaptar rapidamente a novos modelos de operação e aproveitar as oportunidades do mercado”, ele acrescenta.
Mesmo com um papel estratégico para os negócios da companhia, as lojas ainda representam uma fatia menor das vendas totais em comparação à venda direta, segundo o executivo. Para ele, os dois modelos se complementam na experiência de compra, destacando o alcance das consultoras e a visibilidade das lojas físicas.
“As lojas físicas atuam também como mostruário de produtos para a nossa rede de consultoras. Muitas vezes o consumidor realiza a primeira compra de um item em loja física, mas escolhe recomprar pela venda direta com a consultora pela sua conveniência. São canais complementares e de cooperação recíproca.”
Expansão da marca foca em países da América Latina
Além de lojas distribuídas em todas as regiões do Brasil, a Natura também conta com unidades operando na Argentina, Chile, México e Peru. “A Natura tem concentrado seus esforços de expansão internacional principalmente na América Latina. A região continua sendo a prioridade para nós, com fortalecimento de sua posição nas localidades onde já está presente e a expansão para novos países. No ano passado, a marca chegou ao Equador, local que já contava com a presença da Avon”, cita o diretor de varejo.
Reforçando sua visão de omnicanalidade, a Natura também vem fazendo esforços para crescer no ambiente digital, tendo inaugurado no final do ano passado uma loja oficial no Mercado Livre, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico e empresa mais valiosa da América Latina. “O e-commerce tem sido um canal relevante para a Natura e a decisão de abrir uma loja no Mercado Livre foi estratégica, pois permite à marca atingir uma base de clientes mais ampla, especialmente no Brasil.”
Serrano diz que o objetivo da Natura é permitir que os consumidores escolham como e quando interagir com a marca. “Seja no ponto de venda, online ou em qualquer outro canal, queremos garantir uma experiência mais coesa e conectada entre os diferentes pontos de contato com a marca, seja no físico ou no digital.”