A fábrica que acaba de ficar pronta em Diadema, região metropolitana de São Paulo, marca o nascimento oficial da Greentech Brasil. Porém, a filial da fabricante francesa de bioativos de origem vegetal já está presente no país desde o final de 2015. “A proposta inicial era estudar o mercado brasileiro e distribuir nossos ingredientes produzidos na França, mas a ideia evoluiu para a produção local ”, afirma Damien Lamquet, diretor da Greentech no Brasil.
O plano ganhou mais força quando a Greentech adquiriu, em novembro de 2016, a empresa brasileira Mapric, fornecedora de ingredientes para as indústrias de cosméticos, fármacos e nutracêuticos. “A Mapric era uma distribuidora, a Greentech, uma fabricante ainda sem nome no mercado brasileiro. Com a compra, ganhamos capilaridade”, diz Lamquet.
Nova fábrica e novas ambições
O passo seguinte do plano para se estabelecer no país foi investir em uma unidade fabril.
“Era chegada a hora da Mapric enfim virar Greentech Brasil”, comenta o executivo. Com 3500m2, sendo 600m2 apenas dedicados à produção, a nova planta é capaz de manufaturar até 10 toneladas de ingredientes ativos por dia - a fábrica da França produz atualmente até 12 toneladas por dia.
O empreendimento também ampliou a capacidade de estoque e fracionamento da empresa, que vinha ocupando um galpão de 700m2 na zona sul da cidade de São Paulo até então. Já em operação, a fábrica deve ganhar uma cerimônia oficial de inauguração no início do segundo semestre, ou quando for possível trazer ao Brasil parte da equipe da matriz francesa.
Além de atender às demandas locais, fortalecendo o atendimento ao cliente, o objetivo com a unidade brasileira é também desenvolver novos mercados. “A fábrica tem potencial para se tornar o centro de produção para a América Latina, um mercado que ainda é subatendido”, revela o diretor. Atualmente, a Greentech está presente no continente por meio de distribuidores. “Queremos montar um time para o atendimento dos países latino-americanos. Nossa aposta está especialmente no Peru, Colômbia, Chile e Argentina”, acrescenta.
Biodiversidade brasileira
A Greentech Brasil também pretende investir em pesquisa científica e ampliar seu conhecimento da biodiversidade brasileira. “O Brasil é um país riquíssimo em diversidade e pouco se conhece dela ainda. Todo mundo está de olho na Amazônia, mas nós queremos investigar outros biomas. No Cerrado, por exemplo, já desenvolvemos uma cadeia produtiva sustentável e com rastreabilidade”, afirma Lamquet.
Para instalar a nova fábrica, a Greentech aplicou EUR 1 milhão. Apesar do difícil momento no país, agravado pela Covid-19, o diretor da filial brasileira explica a estratégia. “Nosso investimento visa o mercado daqui a cinco ou dez anos. O Brasil é um país para se investir a longo prazo, tendo em vista sua economia de ciclos”.
Segundo ele, a Greentech tem um perfil empreendedor e tem segurança no seu potencial de crescimento no mercado brasileiro. “Queremos ser número um em biotecnologia vegetal no Brasil e estamos alinhados aos planos de desenvolvimento da bioeconomia no país. Medo, qualquer tipo de investimento dá, mas costumo dizer que, mesmo com pandemia e apesar de pandemia, é a hora da Greentech Brasil”.
Junto com a inauguração da fábrica, a empresa também apresenta um novo ativo, o Hidraskin Coco. A fórmula 100% verde é uma combinação de água de coco, glicerina vegetal e propanodiol, que busca a redução dos sinais da pele seca e seus efeitos. Lamquet também revela que dois ingredientes do portfólio da Greentech terão a produção nacionalizada ainda neste ano: Dandrilys, indicado para produtos para caspa, e Aquasilolis, para sabonetes, xampus e água micelar.