A Amend Cosméticos, marca brasileira de cuidados capilares, completou 30 anos. Há uma década na companhia, o CEO João Paulo Chaccur vem acompanhando a evolução da categoria. “O Brasil é um mercado extremamente importante de haircare e ele se transformou. As mudanças acontecem de forma cada vez mais aceleradas, então, posso dizer que, de uns cinco anos para cá, temos um mercado totalmente diferente. Esse dinamismo e o atual nível de concorrência fez a Amend se mexer, se adaptar a todas essas transformações.”
Ele afirma que as mudanças não foram apenas “da porta para fora”, com lançamentos e inovações. Elas também foram internas. “Nos últimos três ou quatro anos, nos preparamos para uma grande transformação cultural, incluindo a estruturação das diretorias. A competição está muito forte, então temos que ser cada vez mais eficientes, rápidos e assertivos. E isso começa a trazer resultados. Em 2023, iniciamos uma guinada e em 2024, o jogo mudou.”
Chaccur diz que o ano passado superou as expectativas. “Foi um ano incrível. Comemoramos os 30 anos com a inauguração do Amend Lab, um espaço de experiências que representa tudo o que queremos para a marca, mostrando o quanto ela está bem posicionada. Também tivemos um forte crescimento em relação a 2023, não apenas em faturamento (que se mantém na casa dos dois dígitos), mas com outros indicadores importantes de resultado, de performance de EBIT, da eficiência na fábrica, de produtividade. Não somos uma empresa que só vende mais hoje, somos uma empresa melhor.”
Em termos de lançamento, o último ano também foi bastante representativo, com cerca de 50 novos produtos apresentados. “A Amend é uma empresa que historicamente inovou e lançou muitos produtos no mercado. Porém, entre 2019 e, principalmente na pandemia, de 2020 a 2022, nós desaceleramos um pouco. Foi uma fase pouco criativa. Mas em 2024 viemos forte, com lançamentos muito assertivos para as ‘dores’ do público e tendências que trazemos para o Brasil em primeira mão”, aponta o CEO.
Maior número de lançamentos na história da marca e novas categorias
Para 2025, ele promete quebrar a barreira dos atuais 400 SKUs. “Não tenho dúvida de que será o ano com maior número de lançamentos na história da Amend. Temos oportunidade de fazer de 2025 o melhor ano da história da Amend”. Segundo o executivo, novas categorias estão previstas para o segundo semestre. “Isso foi um certo tabu no passado. Mas amadurecemos e sabemos que o crescimento de uma empresa passa por novas categorias e novos canais.”
Presente em mais de 40 mil pontos de venda, a Amend tem a perfumaria como principal canal em volume de vendas. “Temos 30 anos de perfumaria e estamos muito bem consolidados nesse canal.” Nos últimos anos, o canal farma vem ganhando importância nos negócios da marca, sendo o principal em número de pontos de venda atualmente. “O canal farma é muito grande no Brasil, com uma capilaridade imensa. O haircare ainda é uma categoria de conveniência, mas o canal começa a ver que existe uma oportunidade de margem de ganho de um ticket médio maior com produtos capilares.”
Chaccur conta que o e-commerce da marca cresceu muito em 2024, batendo todas as metas, e é uma das apostas da Amend para esse ano. Sobre o varejo alimentar, ele afirma que está em fase de estudos. “Nunca foi um canal no qual nos focamos. Mas certamente vamos olhar para ele com mais carinho em 2025. Queremos participar do alimentar, mas precisamos entender bem que tipo de produto e que tipo de preço podemos oferecer nesse PDV.”
América do Sul em foco no fortalecimento das exportações
Nesse ano, a Amend também se volta ao mercado internacional. “Já estamos presente em 18 países e agora queremos fortalecer as exportações”. A América do Sul é um dos destinos mais visados. “Geralmente as empresas brasileiras começam a exportar para os países vizinhos, vão para os EUA e região árabe antes de chegar à Europa. Nós fizemos diferente. Temos uma estrutura própria em Portugal, estamos na França, Itália, Espanha. Mas agora focaremos muito em Américas, principalmente América do Sul”.
Com a nova estratégia internacional, o CEO acredita que as exportações, que hoje representam 5% do faturamento, possam chegar a 20 ou 25% da receita em um período de até cinco anos.