Presente em mais de 60 países, com destaque para os mercados europeu e asiático, a multinacional francesa Gattefossé já atuava no Brasil por meio de uma rede de distribuidores quando, em 2012, decidiu abrir uma filial em São Paulo. EUA e Canadá já tinham unidades próprias, era hora de olhar para os latino-americanos.
“Precisávamos aumentar nossa presença no Brasil e nos aproximar dos clientes, bem como de países vizinhos, como Colômbia, Peru, Argentina e Chile”, diz Amanda Pimentel, gerente de negócios da Gattefossé nas Américas do Sul e Central. A empresa familiar, fundada em 1880 na região de Lyon, desenvolve, fabrica e distribui especialidades químicas para as indústrias cosmética e farmacêutica. A Gattefossé hoje conta com 13 subsidiárias ao redor do mundo, duas unidades de produção e três laboratórios.
A jovem filial brasileira vem obtendo bons resultados. “A Gattefossé tem evoluído satisfatoriamente. No ano passado, tivemos um crescimento de 30% em nossa região de atuação”, afirma Pimentel. Para ela, o mercado brasileiro ainda é bastante voltado ao segmento popular, “principalmente quando consideramos o setor de produtos capilares”, mas com forte tendência de se tornar mais especializado e sofisticado, ampliando a oferta de produtos premium.
“Temos clientes que possuem expertise e estrutura de laboratório dignos de qualquer país de primeiro mundo. São muito bem preparados tecnicamente e buscam soluções realmente inovadoras para seus produtos, não pensando somente nos custos, mas em benefícios visivelmente superiors”, comenta. Para atender a esta demanda, ela cita como exemplo um novo ativo do portfólio da companhia. Lançado no último mês de abril, o Gatuline Renew é um retexturizador que promete reativar o mecanismo de renovação celular e restabelecer a capacidade da pele de se regenerar. “Investimos pesado em testes clínicos que demostram o poder deste ativo”, declara.
Hoje, os principais clientes da marca no Brasil são fabricantes de dermocosméticos e artigos de beleza com alta concentração de componentes farmacológicos, que agem diretamente nas camadas mais profundas da pele. A categoria, que transita entre os medicamentos e os cosméticos, cresce a passos largos no país, registrando índices de 20% a 30% ao ano, de acordo com levantamento da IMS Health.
“Na área cosmética, sem dúvidas, o segmento de produtos de proteção solar é um grande mercado”, diz a gerente da Gattefossé. Segundo maior consumidor mundial de itens de cuidado solar, o Brasil deve movimentar mais de R$ 4 bilhões na categoria neste ano, segundo a consultoria de mercado Mintel. O crescimento estimado para o mercado é de 14% em relação a 2015. “Vejo que há um investimento contínuo das indústrias nesse segmento e nós temos soluções em agentes emulsionantes e texturas que apresentam estabilidade e melhoram o sensorial desses produtos”, complementa.
Amanda Pimentel ressalta também o desenvolvimento de ingredientes que levam em conta estudos específicos, como adaptação climática, e revela que a Gattefossé pretende investir em um laboratório dedicado somente à criação de formulações exclusivas para o país e toda a região da América Latina nas duas áreas de atividade da empresa – saúde e beleza. Mas ela não arrisca uma data para a concretização do plano: “nossa estratégia no Brasil é de longo prazo”, afirma.