As algas são um dos principais campos de investigação do programa de pesquisas sobre a utilização avançada e sustentável de biomassa, desenvolvido pela Kao no seu Centro de Pesquisas sobre Tecnologias Verdes, em Wakayama, Japão. A empresa, que atua na fabricação de cosméticos, informou recentemente ter descoberto de que forma certas algas são capazes de produzir um grande número de ácidos graxos de cadeia média (C12 a C14), além de ter identificado a enzima que contribui de maneira determinante para esse processo. Os ácidos graxos em questão são os principais componentes das gorduras e óleos naturais - como óleo de palma ou óleo de coco - que constituem o material de base dos surfactantes presentes em detergentes e shampoos.
A empresa identificou também, em uma espécie do gênero Nannochloropsis, uma nova acil-ACP tioesterase com alta especificidade para a produção de ácidos graxos de cadeia média. Trata-se de uma descoberta inédita na área de pesquisas envolvendo algas.
A empresa japonesa acredita que esses resultados agilizarão consideravelmente o desenvolvimento da cultura de algas com vistas à produção em grande escala de ácidos graxos de cadeia média, criando assim uma fonte substancial de gorduras e óleos "naturais e não comestíveis". A Kao pretende dar continuidade ao desenvolvimento de tecnologia nesse setor, com o objetivo de possibilitar a produção industrial do ingrediente. Segundo a empresa, as algas têm potencial de produção de gorduras e óleos mais de dez vezes superior ao de outros recursos naturais, como palmeiras produtoras de óleo.
Os resultados da pesquisa serão apresentados na 1ª Conferência Asiática sobre Corpos Graxos, que será realizada de 8 a 10 de setembro de 2014 em Sapporo, na Ilha de Hokkaido, Japão.