"Para incentivar a gestão da pegada florestal por parte de seus fornecedores, a L’Oréal criou o Sustainable Palm Index, índice que avalia o compromisso dessas empresas e as ações por elas desenvolvidas para combater o desmatamento", divulgou esta semana a CDP.
Contudo, o relatório - conhecido como The Money Trees - também ressaltou que vários grandes grupos corporativos costumam driblar a transparência quando o assunto é desmatamento. Em 2018, a CDP e outras organizações solicitaram, a 1.500 empresas com impacto considerado significativo sobre as florestas, que fornecessem uma série de dados por meio da plataforma disponibilizada pela CDP para este fim. No entanto, 70% dessas companhias ignoraram o pedido - ou seja, mais de 350 grandes empresas não apresentaram dados referentes ao triênio 2016-2018, incluindo as gigantes do vestuário Next e Sports Direct. Foi solicitado às empresas que informassem como é feito o abastecimento de madeira, óleo de palma, gado e soja, e que descrevessem detalhadamente as ações realizadas por elas para reduzir o desmatamento em sua cadeia de suprimentos.
"Há séculos as empresas têm ignorado o impacto da cadeia de suprimentos para as florestas do planeta, sem levar a sério os riscos que isso representa, tanto para seus próprios negócios como para o meio ambiente," declarou Morgan Gillespy, Global Director of Forests da CDP. "A preocupação com o meio ambiente atingiu um nível recorde, e tem-se exigido transparência por parte das empresas, bem como ações concretas para a proteção das florestas. Cada vez mais, os consumidores querem ter certeza de que suas compras não estejam contribuindo para a destruição da Amazônia, a extinção dos orangotangos e a crise climática."
Ao todo, 306 empresas preencheram os dados da plataforma da CDP em 2018. O relatório mostrou que 24% dentre elas pouco ou nada tinham feito para reduzir o desmatamento. Outra descoberta importante é que a taxa de transparência corporativa em matéria de proteção florestal, de 30%, ainda é muito baixa se comparada à de outras áreas, como mudanças climáticas e segurança hídrica - ambas com 43%.