A Simple Organic, umas das marcas pioneiras em clean beauty no Brasil, acaba de lançar sua primeira linha em larga escala, [R]evolution. “Desenhamos essa linha para democratizar a beleza limpa no Brasil e atender pessoas que, até então, diziam não conseguir comprar, ‘porque beleza sustentável é muito cara em nosso país”, afirma a fundadora e CEO Patricia Lima.

Ela conta que esse era um desejo antigo seu, mas que, quando criou a Simple Organic, em 2017, ele parecia muito distante de ser realizado. O cenário começou a mudar no final de 2020, quando a marca foi comprada pela Hypera Farma, uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil. “Desde a aquisição, nós crescemos 22 vezes, o que é um número muito impressionante”.

O crescimento veio, sobretudo, com a possibilidade da marca nativa digital de inserir seus produtos no varejo farmacêutico a partir de 2022. “Hoje, estamos em quase 3 mil pontos de todo o Brasil, abrangendo as principais redes do setor, como Raia Drogasil, Panvel e Pague Menos. Falando de beleza sustentável, isso é muito novo, porque não tem nada parecido no Brasil”, diz Lima.

Cosméticos sustentáveis nas gôndolas do varejo

A executiva conta que a venda majoritária de sua marca de cosméticos orgânicos, veganos e naturais tinha esse como um dos objetivos. “Eu fechei com eles, porque eu queria fazer o que eu via nos Estados Unidos e no mercado europeu, onde as marcas de beleza sustentável também estão nas gôndolas e eu sabia que era muito difícil entrar nessa ‘briga’”.

A Simple Organic também começou uma aproximação com a classe médica em 2023 e, segundo Lima, a ideia de [R]evolution veio também daí. “Hoje em dia, mais pessoas fazem uso de laser, botox, outros injetáveis, e os dermatologistas indicam muito os nossos produtos em pós-procedimentos. Fazer produtos mais acessíveis era um pedido da classe médica”.

Mantendo todos os padrões da marca, a linha chega ao mercado com um tíquete médio quase 50% menor em comparação com outros produtos do portfólio. Isso foi possível, porque, de acordo com ela, “a cadeia da beleza melhorou como um todo. O canal de fornecimento, os preços e o nosso volume também. Quando começamos a ganhar escala, ganhamos poder de negociação O gel de limpeza, por exemplo, que rende até 500 usos, contém três ácidos, incluindo ácido salicílico natural, que é extremamente oneroso, e conseguimos chegar em um valor muito acessível (R$ 79)”.

Com itens como um sérum noturno com ácido glicólico, ácido hialurônico e esqualano e um esfoliante suave pré-skincare com gluconolactona e alfa-hidroxiácidos (AHA) de plantas, a [R]evolution terá nove produtos. “Chegamos a essa linha. Tem coisas que não conseguimos fazer ainda, mas nossa expectativa é grande. Falando de faturamento, a linha deve ter pelo menos de 20% a 25% de peso em nosso total”, afirma Lima.

Avanço no canal farma adiou expansão da rede física e internacionalização

Com o crescimento dentro do canal farma, a Simple Organic desacelerou seus planos de expansão na rede física, mantendo atualmente 29 lojas em operação no Brasil. O mesmo aconteceu com o projeto de internacionalização da marca, que tem seus produtos comercializados nos EUA e inicia em breve um movimento para atingir o mercado europeu.

Contudo, é ainda no ambiente digital que a Simple Organic tem seu maior público. “Eu diria que cerca de 70% do nosso volume vem desse canal e os outros 30% são divididos entre suas lojas e farmácias. Somos uma marca nativa digital e temos uma grande comunidade. Sempre fomos Millenium, aí entramos na Geração Z e começamos agora a atingir a Alpha”, aponta a executiva.

Ela se diz muito otimista com o futuro, seguindo os passos de 2023, em que a companhia cresceu 70%. “O ano de 2024 já vem muito bem, com todas as nossas metas, que são muito ambiciosas, sendo batidas. O primeiro trimestre, que é sempre um pouco mais fraco, fechamos com 36% da nossa meta, que já alta”.