Fruto do patauazeiro, uma palmeira nativa amazônica, o patauá é há muito tempo usado por comunidades indígenas por suas propriedades de cura e de beleza. Ainda pouco conhecido pelos consumidores brasileiros, o óleo de patauá é um poderoso antioxidante, que começa a ganhar espaço na indústria de cosméticos.
“Rico em ácido oleico, o óleo de patauá é obtido através da prensagem a frio das sementes coletadas por povos ribeirinhos, sendo um emoliente muito bom para formulações para pele e cabelo”, explica Marianna Cyrillo, gerente de marketing da Beraca. Líder mundial na fabricação de ativos naturais e orgânicos da biodiversidade brasileira, a empresa pesquisou os benefícios do ingrediente para o couro cabeludo.
“Partimos da premissa que, para ter um cabelo saudável, a gente precisa de um couro cabeludo saudável e o óleo de patauá se revelou um grande aliado na saúde do couro cabeludo, promovendo hidratação, evitando ressecamento e descamação”, diz Cyrillo. “Por isso, ele vem sendo utilizado majoritariamente em produtos para cuidados dos cabelos. Um grande cliente nosso é a L’Occitane au Brésil, que desenvolveu uma linha inteira de haircare com patauá”.
Focada em rotinas de hidratação e reparação capilar, a linha Patauá foi lançada em 2018 pela L’Occitane au Brésil - tendo vencido o Prêmio ABIHPEC daquele ano na categoria “Cuidados capilares”. “Nossa equipe de biodiversidade está constantemente estudando ingredientes da natureza brasileira para todas as categorias cosméticas com que trabalhamos. Foi em uma de nossas viagens que descobrimos o fruto e o conhecimento tradicional associado a ele na região de Anajás (PA), onde o óleo de patauá já era utilizado há gerações para amaciar e dar brilho aos cabelos”, relata Simone Foss, coordenadora de biodiversidade e tecnologia de ingredientes da marca.
“Apesar de ainda pouco explorado pelo mercado cosmético, esse ingrediente nos encantou pelos seus benefícios e por sua história verdadeira. Rico em ômega-9, identificamos que esse precioso óleo repõe a massa da fibra capilar e promove nutrição, além de reduzir o frizz e o volume dos cabelos”, afirma Larissa Silva, gerente de pesquisa e desenvolvimento da L’Occitane au Brésil.
Em 2020, a linha foi ampliada, ganhando produtos para cabelos coloridos. “A Patauá Proteção da Cor possui a combinação dos óleos de patauá e de índigo, que é retirado de uma planta cultivada no sudeste da França, com pigmento naturalmente azul”, explica Silva. Segundo ela, a linha foi pensada para cabelos coloridos, loiros, grisalhos e brancos e seu uso contínuo, além de promover cuidado intensivo, ajuda a manter a cor dos fios por mais tempo.
Outra marca que adotou o patauá foi a Hair Princess. “Para lançar a linha Riquezas da Amazônia, fizemos uma série de pesquisas sobre óleos, frutos e sementes originários da flora amazônica. O patauá nos chamou a atenção por seus ativos antioxidantes, muito próximo do óleo de argan, o que nos permitiu desenvolver uma linha muito nutritiva e eficaz para cabelos danificados por procedimentos químicos”, diz a sócia-diretora Natália Milazzotti Durant.
Para Cyrillo, o óleo de patauá deve ganhar novas aplicações dentro da rotina de cuidados com o cabelo. “Mas temos que lembrar que trata-se de um óleo bastante rico em outras propriedades e elementos e que nada impede que no futuro ele permeie por outros caminhos, como skincare”.
A coordenadora de biodiversidade da L’Occitane au Brésil concorda. “Acreditamos que esse ingrediente tem potencial para se tornar um ‘queridinho’ no segmento de cosméticos e esperamos que o mundo possa conhecer os benefícios desta matéria-prima genuinamente brasileira”, finaliza Foss.