Em 2020, o mercado de clubes de assinatura movimentou aproximadamente R$ 1 bilhão no Brasil, representando um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Betalabs. As perspectivas para 2021 são ainda maiores, já que o segmento não para de ganhar novos players: só no ano passado 800 serviços do gênero foram criados no país.
Foi anterior a esse “boom” que dois clubes de assinaturas focados em produtos de beleza despertaram a atenção do empresário Jan Riehle. A partir da aquisição do Glambox e do Clube da Men’s, há cerca de quatro anos, ele criou a B4A – Beauty for All. “Em 2017, esse mercado era pouco explorado no Brasil, mas já deu para antecipar seu crescimento, vendo o desenvolvimento do varejo de produtos de beleza em outros países”, diz o fundador e CEO da startup.
Juntos, os dois clubes têm 70 mil assinantes no Brasil. O Glambox é o maior clube de assinatura feminino na América Latina e o Clube da Men’s, o maior para homens no Brasil. “Enxergamos clubes de assinatura como um tipo de varejo, com um componente de engajamento do consumidor muito bem desenvolvido”, declara Riehle, que projeta chegar aos 100 mil assinantes até o final desse ano.
Mas os clubes de assinatura são apenas uma parte na estratégia de negócio da B4A: conectar marcas, influenciadores e consumidores de cosméticos. Por isso, além do Glambox e Clube da Men’s, a empresa lançou os e-commerces multimarcas de beleza Glamshop e Men’s Market, além da plataforma de inteligência de mercado B4A Connect.
“A B4A Connect é a tecnologia por trás do nosso ecossistema de beleza digital. Conseguimos coletar e armazenar milhões de dados para tornar nossos processos mais inteligentes e eficientes, oferecendo de forma personalizada a melhor experiência de compra possível para os nossos clientes finais. A plataforma também permite que as marcas aprendam sobre hábitos e preferências dos consumidores, se posicionando de modo muito mais direcionado para um público-alvo interessado e engajado. E temos ainda nosso time de influenciadores, que podem vender produtos e assinaturas, ganhar comissões e participar de campanhas de branding das marcas parceiras”, explica o empreendedor.
Para ele, há muitas novas tendências e oportunidades neste segmento que precisam ser aproveitadas. “O Brasil é o quarto país no ranking mundial de consumidores de cosméticos e ainda temos um grande mercado de beleza a explorar no mundo digital”, diz o fundador da B4A.
A beauty tech comunicou recentemente um aporte de R$ 10 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo grupo AcNext Capital e com a participação de empresários como Eduardo Chalita, CEO da Americanas.com, e Stephano Gabriel, sócio da XP Asset Management. Com o valor recebido, a empresa anunciou que planeja investir na tecnologia da B4A Connect, aprimorar o programa de influenciadores e ampliar o e-commerce, acelerando assim sua expansão nacional.
“Nossa tese é que o mercado de produtos de beleza e bem-estar de amanhã vai ser dominado por poucos varejistas multimarcas especializados no segmento. Esses dois ou, no máximo, três players serão os que apresentarem a melhor solução para engajar o cliente final. Queremos otimizar o acesso dos brasileiros a produtos de qualidade e nos tornarmos a plataforma digital líder no mercado”, afirma Riehle.
A B4A conta ainda com marcas próprias de cosméticos, a Glamgirl e a Men’s, além da Malmo, de acessórios masculinos. Uma nova marca de beleza para mulheres, a Ella, será lançada em breve pela startup.