Embora o ouro esteja no imaginário popular como símbolo de luxo e sofisticação, na indústria de cosméticos o metal precioso é cobiçado por suas propriedades químicas, conhecida há milhares de anos. Dizem que Cleópatra aplicava uma máscara de ouro puro para dormir e, desde 2500 A.C., ele já seria usado por chineses, árabes e indianos para melhorar a inflamação cutânea e retardar sinais de envelhecimento.

De tempos em tempos, o ouro volta a ocupar espaço nas vitrines de skincare. Um dos últimos lançamentos da Creamy, a Vitamina C Gold, traz moléculas de ouro em sua composição. “O ouro, ao ser utilizado em formulações cosméticas, atua na estabilização de ingredientes ativos, como a Vitamina C pura, que é muito eficaz no skincare, mas também muito instável, oxidando rapidamente”, afirma Luiz Romancini, dermatologista e cofundador da marca.

Ele explica que as características do ouro protegem a Vitamina C contra a oxidação, além de facilitar sua penetração nas camadas mais profundas da pele, aumentando a eficácia do tratamento. “Ele facilita ainda a absorção do produto pela pele, potencializando seus efeitos antioxidantes, revitalizantes e calmantes.

Tratamento avançado contra os sinais do tempo

Na linha Cicatricure Gold Lift, peptídeos de ouro foram incorporados à formula dos cremes de uso diurno e no sérum facial. “Acreditamos no potencial desse ativo para oferecer um tratamento avançado contra os sinais do tempo. Eles foram combinados ao cálcio e ao silício para preencher rugas, aumentar a elasticidade e redefinir o contorno facial, proporcionando uma pele visivelmente mais firme e jovem”, diz Camila Barbella, gerente de marketing da Genomma Lab, farmacêutica multinacional que fabrica os produtos Cicatricure.

Os efeitos rejuvenescedores do ativo também levaram a Tulípia a incluí-lo na composição da Máscara Ouro Peel-Off, que combina nanopartículas de ouro com ativos como ginkgo biloba, extrato glicólico de hamamélis virginiana l., colágeno hidrolisado e alantoína.

Para Roger Fugisse, CEO da Tulípia, embora o ouro seja um ativo altamente desejado no skincare, alguns fatores impedem que ele seja mais explorado em cosméticos, especialmente em produtos de uso diário. “Podemos apontar o posicionamento de nicho, a complexidade de formulação e o custo elevado de produção como algumas dessas razões.

Acesso a ingredientes considerados nobres

Romancini explica que, apesar do ouro ser um metal precioso de alto valor, ele não precisa de concentrações elevadas. “O que encarece o produto é a tecnologia usada para a estabilização dessas moléculas, mais do que as moléculas em si. Incluir moléculas de ouro na formulação de Vitamina C Gold não nos elitiza como marca, pelo contrário, reforça nosso papel em possibilitar que todos tenham acesso a ingredientes até então considerados nobres.”

Para ele, o setor de cosméticos deve ganhar mais opções de produtos desenvolvidos com ouro nos próximos anos. “Quando olhamos o mercado europeu, estadunidense e coreano, que são grandes expoentes na indústria da beleza, percebemos que algumas marcas já possuem produtos que levam ouro em sua composição. É um movimento que se fortalece mais a cada dia”, aponta o cofundador da Creamy.

Barbella, do Genomma Lab, concorda. “O mercado de skincare está em constante evolução, com consumidores mais exigentes e atentos a ingredientes inovadores. Por isso, acreditamos que a tendência de produtos formulados com ouro continuará a crescer.